Mariza já não precisa de apresentações. Mariza é, tão só, Mariza – a grande embaixadora contemporânea da música cantada em português. A voz que fez do Fado a sua bandeira e a partir dele soube percorrer caminhos que nunca o deixaram para trás.
É por isso que o seu novo disco de originais – o seu sétimo trabalho de estúdio – se chama, apenas, Mariza. Porque a sua voz que nunca precisou de gavetas, o seu talento que nunca coube só numa janela, já é suficiente para sabermos que, de Mariza, apenas podemos esperar… Mariza.
A Mariza que não tem problemas em escolher não um mas dois temas para anteceder o seu novo disco. A fadista que pega na clássica “Trigueirinha” de Jorge Fernando para dela fazer um fado bem repicado e castiço que o baixo tropical e as percussões levam para férias. E a cantora que faz de “Quem Me Dera” de Matias Damásio uma balada acústica em suspensão, arrepiantemente emocionante.
Não são duas Marizas, tal como a Mariza que, pela primeira vez na sua carreira, escreve a letra de uma das suas canções (“Oração”) não é uma outra Mariza. Mariza é só uma: a voz inconfundível, a intérprete de eleição, de maturidade crescente. A Mariza de Fado em Mim, o álbum que a tornou num fenómeno mundial (foi já há 17 anos, em 2001...), cresceu com cada nova viagem e cada novo regresso, cada nova experiência e cada nova frustração, cada nova aventura e cada novo desafio.
Os discos seguintes – cinco gravações de estúdio, três registos de palco e uma colecção de êxitos -, os milhões de discos vendidos, os concertos e digressões e honrarias internacionais não afastaram nunca a menina que comovia os vizinhos quando cantava à janela. Mariza cresceu, sim, mas é a mesma Mariza de sempre, que canta porque sim, porque tem de ser, porque tem de cantar. E isso é o que faz de tudo o que Mariza canta Fado.
Ei-la, por inteiro, em Mariza, misturando os clássicos e os modernos, um pé no passado e outro no futuro, mas sempre com o talento por inteiro, e rodeada por nomes de peso. Nas autorias, velhos cúmplices como Mário Pacheco, Tiago Machado ou Jorge Fernando; novos amigos como Matias Damásio, Héber Marques dos HMB ou Carolina Deslandes.
Em estúdio, acompanhantes de primeira água como José Manuel Neto e Pedro Jóia, um produtor atento e disposto a levar a sua voz sempre mais longe no espanhol Javier Limón, prosseguindo uma colaboração que chega aqui ao terceiro disco. Convidados de luxo como Maria da Fé e Jaques Morelenbaum – e, numa versão extra de “Trigueirinha” cujas receitas reverterão a favor da Casa do Artista, nomes grandes de todos os espectros musicais como Carolina Deslandes, Mafalda Veiga, Marisa Liz, Jorge Palma, Ricardo Ribeiro e Tim.
E, acima de tudo, aquela voz, cada vez mais expressiva, cada vez mais maleável, cada vez mais à vontade em tudo o que muito bem lhe aprouver. Aquela voz que já reconhecemos à primeira nota, que nos conquista à segunda frase, que nos arrebata pelo refrão final. É Mariza, de regresso em 2018. É Mariza, por inteiro, inteira, Mariza.
"MARIZA" - Alinhamento:
1. Trigueirinha
(António Vilar da Costa / Jorge Fernando)
2. Quem me dera
(Matias Damásio)
3. Amor Perfeito
(Héber Marques)
4. Oração
(Mariza / Tiago Machado)
5. Sou (Rochedo)
(Jorge Fernando)
6. É mentira
(Jorge Rosa / João Fragoso Vasconcelos)
7. Semente viva ft. Jaques Morelenbaum
(Flávio Gil / Mário Pacheco)
8. Por tanto te amar
(Carolina Deslandes / Diogo Clemente)
9. Nosso tempo
(Ângelo Freire)
10. Verde limão
(Arlindo de Carvalho)
11. Quebranto
(Jorge Fernando)
12. Oi nha mãe
(Custódio Castelo)
13. Fado Errado ft. Maria da Fé
(Mário José Lopes / Frederico de Brito)
14. Fado Refúgio
(Helder Moutinho / Acácio Gomes)
Bonus Track
Trigueirinha ft. Carolina Deslandes, Jorge Palma, Mafalda Veiga, Marisa Liz, Ricardo Ribeiro, Tim