O músico Mico da Câmara Pereira celebra 30 anos de carreira, hoje, num espetáculo no Casino Estoril, nos arredores de Lisboa, no qual participam, entre outros, Olga Prats, Luís Represas e seus irmãos Nuno e Gonçalo da Câmara Pereira.
Ao palco do salão Preto e Prata do Casino Estoril sobem hoje Olga Prats, Luís Represas, Mafalda Arnauth, José da Câmara, Frederico B.C., Rui Melo, Silvestre Fonseca, Noa, Paula Varella Cid, João Campos, o Grupo de Cante Alentejano Bafos de Baco, a Tuna Académica do Liceu de Évora, da qual Mico fez parte durante onze anos - e que “é a mais antiga do país, fundada em 1900” -, e ainda os irmãos do músico, Francisca, Nuno e Gonçalo da Câmara Pereira.
"Todos os músicos e convidados que participam neste meu concerto fizeram e fazem parte do meu crescimento enquanto músico", sublinhou Mico da Câmara Pereira, em declarações à agência Lusa.
Referindo-se à sua carreira, que conta três álbuns, Mico da Câmara Pereira reconheceu que não teve êxito comercial, mas salientou que o melhor percurso na música é fazer-se aquilo de que se gosta.
“Acho que o melhor percurso na música é quando conseguimos fazer aquilo que gostamos, independentemente do processo comercial. A realidade é que, comercialmente nunca vendi muitos discos, mas para andar cá há trinta anos é bom sinal, porque há muita gente que não conseguiu e ficou pelo caminho”, afirmou.
O músico reconhece que “não é fácil” continuar a acreditar na música nas alturas em que há menos trabalho, e por isso “muitos músicos com talento ficaram pelo caminho”.
“Não sou muito de estúdio, sou mais de concertos ao vivo, mas são 30 anos a fazer aquilo que mais gosto, que é cantar e tocar, não me posso sentir mais abençoado, há alturas boas e outras menos boa, mas é uma maravilha”, afirmou o músico à Lusa.
Mico da Câmara Pereira definiu-se como “uma mente perturbada, sempre à procura de coisas, que não gosta de estar a fazer sempre o mesmo”, e daí os três discos da sua carreira serem diferentes entre si.
No ano passado, editou “A Tua Voz é Saudade”, que definiu como “um disco com fado” e no qual contou com a colaboração, entre outros, dos fadistas Gonçalo e Nuno da Câmara Pereira, com quem gravou um versão do “Fado Falado”, de Luís Represas, e da pianista Olga Prats.
“Este CD é o meu percurso na música desde que ouvi a voz da minha mãe a cantar, e é dedicado a ela”, disse, acrescentando que o espetáculo no Estoril “vai ser festejar a vida, celebrar a vida e a amizade”.
O músico vai gravar o espetáculo em áudio e vídeo, mas não projeta comercializar, “talvez só para disponibilizar nas redes sociais”.