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Music Box: Valter Guia: “Sou só um gajo que toca música”

15/05/2019 às 00:00

Nasceu em Torres Novas e viveu na Lamarosa até aos 16 anos, Mas, em criança, era na cidade do Entroncamento que adormecia no infantário a cantarolar. Depois ofereceram-lhe um piano e, mesmo sem saber música, ouvia algumas, na rádio, e replicava algumas notas, de forma certinha.

Nunca estudou música e andou pelos palcos, mas nas danças de salão.

Valter Guia explicou que que fazia umas notas num piano que lhe ofereceram e que ainda existe, embora já não toque porque o desmontou para um curso de produção musical, para construir um controlador musical. Como precisava de uns componentes usou os do piano.

Das danças de salão ficou a memória apenas porque, afirmou, já não dança. Prefere apreciar as danças daqueles que no verão andam festas festas e arraiais. E disse que, mesmo a tocar a música de baile, nota bem quando algum par se destaca mais. “Até abrem um círculo à volta para os deixarem dançar”.

A música entra mais tarde, aos 15 ou 16 anos, quando começou a tocar viola, como se diz na gíria “de ouvido”. Ainda hoje consegue fazer isso, agarrar na guitarra e tirar os acordes sem pautas ou notas. “E isso ajuda muito na produção de música, naquilo que é o meu trabalho de hoje”. E acrescentou que nunca foi grande aluno de música, mas conseguia reproduzir o que ouvia. E deu como exemplo o “Hino da Alegria”.

Aos 16 anos começou a tocar música, no coro da Igreja. “Foi aí que comecei a tocar viola e cantar para o público”. Para a escola ia de viola às costas, como era o normal dos anos 90. Estava a começar o hip-hop, como o Eminem. “Sempre tive uma tendência para as artes. Sempre tive queda para o rap de rua, os skates, as calças largas...”

Depois afirmou ter começado sozinho nos bares até ter sido convidado para as bandas de baile e percorreu todas estas aldeias. Nos bares fazia atuações cem por cento cover's e nunca foi experimentalista para apresentar as sua músicas originais.

Começou a dedicar-se à música e, por isso, deixou as danças de salão e o coro da igreja. Depois licenciou-se em produção musical, aquilo que sempre gostou, e é onde trabalha, numa produtora em Sintra, a Klasszik.

É para Sintra que caminha e afirmou que “estou lá ao fundo, numa salinha, a escrever músicas. A produzir música”.

E é por esta via que pode chamar-se como homem dos sete instrumentos porque toca todo o tipo de instrumentos, mas é na guitarra que sem o seu instrumento de eleição.

Quanto ao seu trabalho, quando escreve música para outro artista “analiso a pessoa, o artista e o trabalho para fazer a simbiose. Se o artista não sente o que está a cantar, o público sente isso”, revelou o músico, garantindo que nesta industria o escrever música para outros é normal. “Acho que era injusto privar as pessoas de uma grande voz, se não souber escrever uma música”, defendeu Valter Guia, esclarecendo de seguida que fora do meio as pessoas associam as músicas a quem as canta e não a quem as escreve.

Valter Guia trabalha numa editora que tem nomes como os Calema ou a Bárbara Bandeira e poder fazer as primeiras partes de nomes destes é qualquer coisa de fantástico. E poder fazer um “Coliseu” com estes nomes é impagável.

Valter Guia vai lançar o seu primeiro disco, em nome próprio ainda este ano. Um dos temas é o Reviver” em dueto com Bianca Barros.

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