O festival Coimbra em Blues está de regresso a Coimbra, após um interregno de cinco anos, novamente com o músico Paulo Furtado na direção artística, que quer transformar este retorno num primeiro passo para um festival que "tome conta da cidade".
O evento, que teve sempre como palco o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), muda-se neste seu regresso para o Convento São Francisco para dois dias de blues, a 15 e 16 de setembro, com quatro concertos.
Pelo Convento São Francisco, vão passar, no dia 15 de setembro, o grupo português TT Syndicate e a cantora americana Pat ‘Mother Blues' Cohen, que fez a sua vida a cantar em clubes de Nova Orleães. A 16 de setembro, atua Marta Ren & The Groovelvets e a banda americana de punk blues e de garage punk The Gories, ativos desde 1986.
"O Coimbra em Blues nunca foi, para mim, um festival de blues, mas que tem o blues como ponto de partida", disse à agência Lusa o diretor artístico do evento, Paulo Furtado, músico por detrás de The Legendary Tigerman, sublinhando que o festival teve sempre como filosofia a aposta em "bandas contemporâneas que não tocam blues, mas que têm o blues como uma grande influência".
Daí haver nomes para esta edição como os The Gories, que juntam o blues com o garage e o punk, ou Marta Ren, mais colada à soul.
O Coimbra em Blues é organizado desta feita pela Câmara Municipal de Coimbra, depois de o TAGV ter assumido a sua organização desde o início, em 2003.
O festival funcionou durante seis anos seguidos - com diferentes parcerias entre o TAGV e outras entidades públicas -, tendo regressado em 2011, depois de dois anos de interregno, já sem Paulo Furtado na direção artística.
Desde essa sétima edição que o festival nunca mais se realizou.
"Houve alguns momentos em que cheguei a ponderar voltar a propor ao TAGV, mas acabei por não voltar a pensar muito nisto, até este convite. Fico muito feliz por poder voltar a fazer a programação do festival nos meus moldes, sem qualquer tipo de restrição que não seja orçamental", realçou o diretor artístico.
Depois deste retorno em setembro, Paulo Furtado explica que será necessário "reavaliar o festival" e tentar perceber como é que o evento "poderá crescer no futuro".
Quando o Coimbra em Blues se realizava no TAGV, o passo para o seu crescimento nunca foi dado e a intenção já na altura era fazê-lo "espalhar-se pela cidade e tomar conta da cidade".
O músico aceitou agora o convite para dirigir o festival já com uma "perspetiva de continuidade".
Para Paulo Furtado, "é um caminho ainda viável" criar um plano para que, "daqui a alguns anos, o festival possa ser uma coisa presente em toda a cidade".
Lusa