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Música, mercado, internacionalização e formação no MIL que também é um festival

25/03/2019 às 00:00

Nos últimos anos Portugal despertou para a internacionalização da música portuguesa e está a recuperar o tempo perdido, afirmou à agência Lusa Gonçalo Riscado, um dos programadores da convenção-festival MIL, que acontece esta semana em Lisboa.

Para a terceira edição, que decorrerá de quarta a sexta-feira, o MIL - Lisbon International Music Network reforçou o programa de formação, com mais debates, 'workshops' e conferências com alguns protagonistas da cena musical portuguesa e da indústria internacional, e alargou a oferta de concertos, com mais de 70 artistas.

Espalhado por várias sals e clubes noturnos do Cais do Sodré - com duas novas entradas no roteiro, do Titanic Sur Mer e do espaço Time Out -, o MIL é apresentado por Gonçalo Riscado como um ponto de encontro entre quem produz, promove, pensa, cria e vende música e integra o mercado.

"O objetivo é 'networking' e esta oportunidade de internacionalização. No mesmo espaço, durante três dias reúnem-se agentes, promovemos 'speed meetings'. Existe uma ferramenta, uma aplicação onde todos os delegados estão registados com os seus contactos; uma semana antes acontece a marcação de reuniões", exemplificou o programador.

A vertente de convenção contará com mais de 30 debates, apresentações, oficinas de música e 'masterclasses'. Entre os convidados, o programador destacou o músico José Mário Branco, o crítico de música Simon Reynolds, que falará sobre jornalismo musical, o produtor britânico Peter Kember e o produtor brasileiro Pena Schmidt.

Durante três dias serão abordadas questões sobre direitos de autor, financiamentos, enquadramento legal na União Europeia, tecnologia, ambiente, relação entre mercados.

"Acho que, nestes últimos cinco anos, parece que Portugal despertou para esta questão da internacionalização a um nível transversal a quase a todos os novos agentes e 'managers', e isso está a notar-se na disponibilidade dos artistas", opinou o programador.

No entender de Gonçalo Riscado, iniciativas como o MIL, o Westway Lab, de Guimarães, e o projeto de exportação Why Portugal permitem "lentamente recuperar o tempo perdido" em matéria de divulgação internacional da música portuguesa.

"O esforço de internacionalzar uma carreira exige muito e os resultados são incertos e é um grande investimento. Hoje em dia há essa vontade de correr esse risco e de fazer esse investimento", disse.

Do programa de concertos do MIL, estão confirmadas atuações de nomes como Beautify Junkyards, Conan Osiris, Paus, Filho da Mãe, Conjunto Corona, A Negra, Scúru Fitchádu, Rubel, Reis da República, Octa Push e Ghost Hunt - todos eles nomes da música portuguesa - e vários artistas estrangeiros, como Annie Sama, Ibaaku, Monolithe Noir e Omar Jr.

Este ano, a organização não só fez as suas escolhas de artistas para os concertos, como também recebeu candidaturas. "Foram quase 700 candidaturas de dezenas de países, o que nos mostrou que o MIL já está no circuito internacional e bem visto como um ponto importante de encontro e de 'network'", disse Gonçalo Riscado.

Uma das novidades deste ano do MIL é o Jump, um programa europeu do qual a organização faz parte, co-financiado pela Europa Criativa, e que servirá de incubadora para dez projetos de caracter inovador e relacionados com música.

Toda a programação do MIL, com as vertentes de formação e de concertos, está disponível em www.millisboa.com.

Lusa

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