O primeiro álbum dos Sitiados, homónimo e lançado em 1992, volta a ser editado 25 anos depois, com mais de 20 temas extras e imagens inéditas, revelou hoje a editora Sony Music.
"Sitiados" sairá a 03 de novembro numa edição remasterizada, com 25 temas adicionais, imagens inéditas dos arquivos pessoais dos músicos e textos do jornalista Ricardo Alexandre e do antigo diretor da revista Blitz Pedro Gonçalves.
O álbum vendeu na altura cerca de 40 mil cópias e foi um dos maiores sucessos do grupo criado por João Aguardela. Do alinhamento original faziam parte músicas como “Vida de Marinheiro”, “Pérola Negra” e “A Cabana do Pai Tomás”.
A nova edição inclui agora os temas das primeiras maquetas, que permitem perceber a evolução musical do grupo e a transição do pop rock para composições marcadas pela música popular portuguesa.
Nesta reedição comemorativa estão, por exemplo, “Revolta”, “Submissão” e “A Noite”, músicas gravadas ainda nos anos 1980 e que fizeram com que os Sitiados tivessem sido selecionados para o Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous de 1988.
Ainda antes do lançamento do primeiro álbum, os Sitiados já percorriam o país com concertos. Num dos textos que acompanha a reedição, Pedro Gonçalves recorda: “Havia já vários anos que os Sitiados arregimentavam para os seus concertos um séquito militante, público jovem ou não, que do cruzamento entre rock, o fado e o folclore faziam celebração e selvajaria da boa”.
Para Ricardo Alexandre – autor também da biografia de João Aguardela, que morreu em 2009 – a nova edição remasterizada servirá para “dar a conhecer a um público mais vasto as preciosidades do início da carreira dos Sitiados”, num tempo que “não era de telemóveis, nem de Internet, nem de música gratuita”.
“Também, ainda, não era o tempo da festa que os Sitiados iriam trazer ao Portugal acomodado e cabisbaixo, pois ainda não era o tempo de bater forte no ‘cavaquismo’ reinante”, escreveu o jornalista.
Depois desse álbum de estreia homónimo, os Sitiados duraram até ao final dos anos 1990, com a entrada e saída de vários músicos e a edição de mais quatro registos, o último dos quais, “Mata-me depois”, em 1999, e a participação em coletâneas dedicadas aos Xutos & Pontapés, José Afonso e António Variações.