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Vitorino grava novo álbum com os pianistas João Paulo Esteves da Silva e Filipe Raposo

21/04/2020 às 00:00

O novo álbum de Vitorino, "Vem Devagarinho para a Minha Beira", foi gravado com os pianistas João Paulo Esteves da Silva e Filipe Raposo, e é editado a 01 de maio, divulgou a agência do músico, em comunicado.

Vitorino refere-se a este álbum como um reflexo dos seus "devaneios de vocalista decadente, tipo pós-romântico do século XXI", citado pela apresentação do disco.

"Chego a comover-me porque, como sabem, eu comovo-me por tudo e por nada", acrescenta o cantor natural do Redondo, no Alto Alentejo.

Este álbum surgiu na sequência da proposta feita pelo Festival Há Música no Trindade, em Lisboa, realizado em outubro último, de apresentar um espetáculo com arranjos originais para dois pianos, de canções do repertório de Vitorino, para o concerto "O Amor é Cego e Vê", explica o cantor.

O pianista Filipe Raposo, citado no comunicado, realça, por seu turno, que o álbum é "um encontro de amigos": "Através dos poemas que cada canção evoca, desenvolve-se também uma intimidade que nos obriga a despir preconceitos - de Mozart a Lupicínio, de Carlos Gardel a Vitorino, de Joni Mitchell a João Paulo Esteves da Silva e de José Afonso a Filipe Raposo. A cada nova escuta, velhos e novos amigos reúnem-se uma vez mais".

"Vem Devagarinho para a Minha Beira" é constituído por 14 canções, vindas sobretudo do repertório de Vitorino, abrindo com "O fado da prostituta" (António Lobo Antunes/Vitorino), logo seguido de "Abertura & Tango" (W.A.Mozart e António Lobo Antunes/Vitorino).

João Paulo Esteves da Silva, por seu lado, afirma: "O Filipe [Raposo] e eu pensamos a mesma harmonia. Quer dizer, ou vemos o mesmo mundo ou, quando vemos mundos diferentes, tiramos um real prazer das diferenças. A partir daqui, os restantes aspetos da música (e da vida) vêm por acréscimo e será altamente improvável que soemos mal, se decidirmos tocar, cantar e gravar juntos".

Do alinhamento fazem ainda parte "Que amor não me engana" (José Afonso), "Estrada de Damasco (Vitorino/João Paulo Esteves da Silva) e "Traz a água e o vinho" (Vitorino/Filipe Raposo).

Em línguas estrangeiras, Vitorino gravou "Answer me, my love" (Fred Rauch/ Gerhard Winkler), dos repertórios de Nat King Cole, Bing Crosby e de Joni Mitchell, e "El día que me quieres" (Carlos Gardel), uma canção gravada anteriormente por nomes como Libertad Lamarque, Natalie Cole, Luis Miguel, Roberto Carlos, Mercedes Sosa ou Gloria Estefan, além do seui autor, Gardel.

Filipe Raposo não esquece o convívio em que decorreu o trabalho de preparação deste novo álbum: "Contam-se histórias que alimentam cada minuto deste encontro. Escutamos com atenção e tempo o que cada um tem para dizer. Escolhe-se um alinhamento, ensaiamos arranjos, encontramos um espaço para dois pianos e a voz do Vitorino".

"Fado triste" e "Tocador da concertina", ambas de Vitorino, são outras canções do álbum, que encerra com o clássico do músico do Redondo, "Queda do império", surgido pela primeira vez no seu álbum "Flor de la Mar", de 1983 .

Lusa

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