A Comissão de Trabalhadores do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) fizeram chegar à redação da Antena Livre e do JA um Manifesto, chamado “Unidos pelo CRIA”, onde afirmam que a instituição está “num beco aparentemente sem saída”.
No documento, os trabalhadores referem que o CRIA “apresenta dívidas de centenas de milhares de euros acumuladas a instituições bancárias, trabalhadores (falta de pagamento de subsídio de férias e falta de pagamento do vencimento na integra do mês de outubro) e a fornecedores”.
“Estruturalmente, apresentam-se problemas ao nível da gestão das respostas sociais e dos recursos humanos que têm contribuído para a asfixia financeira que a instituição vive. Conclui-se assim, que a instituição se encontra numa situação limite que, salvo intervenção pública, poderá culminar no encerramento do CRIA”, pode ler-se no manifesto.
Os trabalhadores fazem referência à área de abrangência e dimensão da instituição, dando conta que “ao longo destes 41 anos, o CRIA tem contribuído para a promoção e inclusão destas pessoas [com ou em risco de perturbação, deficiência e/ou incapacidade] na sociedade, olhando para as suas potencialidades, este trabalho é diariamente desenvolvido nos Concelhos de Abrantes, Constância, Gavião, Mação e Sardoal”.
“Atualmente, o CRIA presta através das respostas sociais Centro de Atividades Ocupacionais, Centro de Recursos para a Inclusão, Educacional, Centro de Reabilitação Profissional, Intervenção Precoce e Lar Residencial, apoio a 370 crianças, jovens e adultos com ou em risco de perturbação de Neurodesenvolvimento, deficiência e/ou incapacidade”, referem no manifesto.
Os trabalhadores da instituição recordam ainda que “no CRIA trabalham diariamente cerca de 100 trabalhadores em permanência, com formação especializada e conhecimento acumulado ao longo destes 41 anos de existência, que tem permitido, como é amplamente reconhecido, realizar um trabalho diferenciador e de excelência na comunidade”.
Por últimos, os trabalhadores apelam a ajuda da comunidade para que “intervenham salvaguardando o superior interesse de todas estas pessoas (Crianças, jovens e Adultos com deficiência e/ou incapacidade), das suas famílias e dos seus trabalhadores”.
O Manifesto foi enviado para todos os partidos com assento parlamentar e com conhecimento das respetivas concelhias políticas.
Recorde-se que em entrevista à Antena Livre e ao JA a semana passada, Nelson Carvalho, presidente da direção do CRIA, avançou que a instituição não conseguiu pagar a totalidade dos vencimentos aos seus trabalhadores no passado mês de outubro. Em março de 2018, Nelson Carvalho, já falava de uma realidade financeira muito preocupante que aos dias de hoje ainda se mantém, uma vez que o passivo do CRIA é de 900 mil euros.
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