A notícia de ontem [6 de janeiro de 2020] do jornal diário Público aponta uma eventual solução para para o final da produção a carvão em Portugal e no Pego, mais concretamente. Já se sabe que o governo está a preparar o encerramento da produção a carvão nas duas unidades nacionais o que segundo as duas empresas poderá colocar em causa meio milhar de empregos (400 em Sines e 126 no Pego).
As centrais não são estatais e, como tal, os “donos” estão, segundo aquele jornal, a estudar as soluções que podem, neste momento, ser as mais variadas.
Em relação à Central do Pego, o Público revela que os acionistas da Endesa, Trustenergy e EDP avaliam a minimização de impactos negativos na região ao mesmo tempo que estão a tentar abordar os aproveitamentos das estruturas que existem.
Adianta a mesma notícia que até pode haver um cenário de combinação de soluções, como a biomassa, os painéis fotovoltaicos ou até ainda “a prestação de serviços ao sistema”.
Neste momento a possibilidade de produção de energia a partir de biomassa ainda está em cima da mesa, mas segundo Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, os preços da eletricidade poderiam ser muito elevados.
A licença da Central do Pego é válida até novembro de 2021, pelo que em cima da mesa estão estes estudos no sentido de haver uma solução apesar de a empresa estar preparada “para uma desmobilização completa”.
Nuno Ribeiro da Silva ressalvou ainda ao jornal diário que o cenário de hidrogénio verde “é uma tecnologia promissora e vai ter um papel fundamental na mobilidade”, mas que é preciso haver definições ao nível dos programas da Europa que possam apoiar esta solução. Mesmo assim o presidente da elétrica espanhola revelou que a haver produção de hidrogénio no Pego teria de ser para consumo interno, uma vez que não existe aqui [no interior do país] um porto de águas profundas, como em Sines, que permita a exportação deste produto.
Já a outra via, para a empresa, pode passar por uma questão muito técnica que está a ser tratada também em Espanha e que passaria por colocar a Central do Pego a prestar serviços ao sistema elétrico nacional, sendo essa prestação remunerada.
Ou seja, Nuno Ribeiro da Silva explica ao Público que a central iria ficar parcialmente ligada, sem produzir, no sentido de manter os níveis de tensão.
Atualmente são vários os cenários e as empresas estão ainda de volta da máquina de calcular a fazer as contas para depois apresentar eventuais propostas ou soluções ao governo.
Quanto a Sines, o Governo está a planear o investimento na produção e exportação de hidrogénio, projeto que está a ser desenvolvido entre Portugal e os Países Baixos.