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Covid-19: Sobe para 785 o número de infetados em Portugal. São 3 as vítimas mortais (COM ÁUDIO)

19/03/2020 às 00:00

São já 785 as pessoas infetadas pelo novo coronavírus em Portugal. 20 estão internadas em unidades de cuidados intensivos.

A informação consta do boletim epidemiológico diário divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Número que também aumentou foi o de vítimas mortais: são agora três as mortes registadas em Portugal devido à pandemia. A terceira morte, registada no boletim da DGS de hoje, foi na zona Centro do país. Esta vítima soma-se ao homem de 80 que morreu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na segunda-feira, e também a Vieira Monteiro, presidente do Conselho de Administração do Santander Portugal, que faleceu na quarta-feira.

Por outro lado, são também três o número de casos recuperados.

Dos 785 casos de infeção confirmados, 381 são na zona Norte do país, 86 no Centro, 278 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 2 no Alentejo, 25 na região do Algarve, 3 no arquipélago dos Açores e 1 no arquipélago da Madeira.

Segundo a DGS, mantém-se nos 24 o número de cadeias de transmissão ativas.

Há 488 casos suspeitos que aguardam ainda resultados laboratoriais e 8091 pessoas estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

Desde o início de janeiro que já foram identificados 6061 casos suspeitos em Portugal.

No que diz respeito aos sintomas apresentados, a maioria aponta tosse (25%) e febre (20%), seguida de cefaleia (dor de cabeça) e dores musculares (14%), e de fraqueza generalizada (10%) e dificuldades respiratórias (8%).

Os dados indicam também que a maior percentagem de doentes infetados com o novo coronavírus regista-se nas mulheres, entre os 40 e 49 anos (22,8%), seguidas pelos homens da mesma faixa etária, com 19,7%.

Nos doentes homens há 9,1% entre os 70 e 79 anos e nas mulheres 5,9% na mesma faixa etária.

Entre os homens infetados há 4,3% acima dos 80 anos e entre as mulheres 5,4%.

Pode consultar o boletim epidemiológico aqui: https://www.dgs.pt/em-destaque/relatorio-de-situacao-n-017-19032020-pdf.aspx

 

15% dos doentes infetados estão em casa. DGS adota novo modelo mas diz que todos os hospitais estão preparados para receber doentes com Covid-19

89 pessoas diagnosticadas com Covid-19 estão em tratamento no domicílio.

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que se vai mudar o modelo de atendimento a casos identificados:

Assim, a  diretora-geral da Saúde explicou que Portugal vai passar para um novo modelo de atendimento no surto de Covid-19, com quem apresentar sintomas ligeiros ou moderados a ser seguido em casa.

Graça Freitas explicou que a maior parte das pessoas deve ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24) e assim ser seguida no seu domicílio. Estes doentes serão acompanhados pelos médicos de família, enfermeiros ou outros profissionais de saúde. 

Graça Freitas revelou ainda que hoje será publicada uma norma para profissionais de saúde que pretende orientar o contacto com doentes de acordo com o grau de exposição a risco a que cada profissional de saúde está sujeito.

“A ideia aqui é proteger os profissionais de saúde, são um ativo muito importante, e impedir que estes profissionais contagiem outros doentes. Temos de ser muito cuidadosos nesta norma, temos de estar seguros no que estamos a fazer e gerir os nossos recursos em função destas questões”, disse.

Questionada sobre o risco de contágio por parte de doentes com sintomas ligeiros, Graça Freitas disse que esses doentes também podem contagiar outras pessoas e realçou as normas orientadoras do isolamento, com regras específicas para evitar contágios dentro do agregado familiar quando o doente está a ser tratado em casa.

Disse ainda que apesar de não estarem em ambiente hospitalar estes doentes terão acesso a testes para saberem se estão curados e se podem seguir a sua vida normal.

A diretora-geral da Saúde explicou também porque é que, até à data, são apenas três os casos recuperados:

Graça Freitas disse ainda que a rede hospitalar está "praticamente toda" pronta para receber doentes:

 

Secretário de Estado da Saúde alerta: "Os grupos de risco têm mesmo que ficar em casa"

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que na atual fase de estado de emergência “os grupos de risco neste momento têm mesmo que ficar em casa”.

“A declaração de estado de emergência deixa-nos ainda mais alerta, porque uma resposta musculada do Estado tem que dar origem a uma resposta mais robusta também das pessoas, sem pânico, mas com responsabilidade”, disse.

Pessoas com mais de 70 anos, doentes crónicos como hipertensos, diabéticos, insuficientes cardíacos ou doentes oncológicos “não devem sair de casa”, apelou o secretário de Estado que pediu ainda aos grupos de risco que confiem no trabalho que está a ser organizado com o setor social.

“Estamos a trabalhar com associações de doentes, com as misericórdias e com as IPSS para que estas possam dar as respostas na rede social que estes doentes precisem sem colocar a sua saúde em risco”, disse.

Os utentes do sistema de saúde devem privilegiar o contacto telefónico com os centros de saúde, referido António Sales, adiantando que estes se estão “a adaptar por todo o país para conseguir dar resposta”.

“Para além disso, os cuidados de saúde primários estão a reorganizar-se, que para apoiarem doentes com Covid- 19 em tratamento domiciliário, em casa portanto, quer para dar todo o suporte, quer para dar todo o suporte que os doentes crónicos continuam a necessitar. Os médicos de família já estão a contactar telefonicamente os doentes com consultas programadas e vão continuar a fazê-lo, bem como a orientar as questões de emissão de receitas, análises e exames”, adiantou ainda.

 

Redação Antena Livre (C/LUSA)

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