Esta segunda de manhã, dia 12 de novembro, no Jardim da Zona Industrial de Montalvo, o Município de Constância dinamizou um evento evocativo dos 100 anos que marcam o fim da Grande Guerra. Foi precisamente a freguesia de Montalvo que acolheu a preparação das tropas portuguesas que rumaram para a Flandres, logo, foi o local escolhido para a dinamização do evento.
A 22 de julho de 1916, realizou-se na freguesia, a Grande Parada de Montalvo, que marcou o fim da preparação do Corpo Expedicionário Português e a partida do primeiro contingente militar para França, em janeiro de 1917.
De Constância, partiram 66 soldados que foram homenageados pelo Município, fazendo parte deste número 19 soldados de Montalvo, 14 de Constância e 33 de Santa Margarida da Coutada.
O dia do Armistício, a 11 de novembro de 1918, tornou-se um dia de homenagem para todos os soldados que combateram, faleceram e sobreviveram na Grande Guerra. Para assinalar esta data, a iniciativa de hoje contou com a participação de 270 alunos, do pré-escolar e do 1º ciclo, dos centros escolares do concelho.
As crianças criaram um memorial no jardim de Montalvo, colocando placas de madeira com o nome de todos os combatentes do concelho numa oliveira, símbolo de paz. Já os mais novos, depositaram papoilas na relva, que simbolizaram o sangue derramado em Flandres.
Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, destacou a importância que este dia teve para o concelho e nomeadamente para a freguesia de Montalvo, explicando que estas duas localidades "viveram de perto" os acontecimentos e que a freguesia teve "um papel central na preparação das tropas que foram para a Primeira Guerra Mundial".
No seu discurso, o autarca disse temer por alguns movimentos “extremistas” que estão a surgir no mundo, referindo-se “aos governos de nações soberanas que são um perigo à sociedade como nós a conhecemos e aos valores europeus que foram delineados após a Segunda Guerra Mundial”. Enalteceu a posição do Município em relação à Primeira Guerra vincando que "já 1916, Constância assumiu uma posição de centralidade para a região e para o país" salientando que o seu território "assumiu um ponto fundamental" a nível nacional.
O presidente explicou a importância deste tipo de iniciativas, salientando "que nunca é de mais relembrar a necessidade de se manter a paz no mundo" e que está confiante que " um novo conflito da dimensão da Primeira Guerra não se irá repetir".
Por último, o presidente destacou ainda o envolvimento das crianças neste evento tão importante para a freguesia, expressando que elas "simbolizam a inocência e a paz", sendo que este tipo de iniciativas são muito importantes para "sensibilizá-las desde pequeninas para a importância que deve existir no diálogo e que a Guerra deve ser o último degrau a ser subido".
Ana Luisa Manique, presidente da Junta de Freguesia de Montalvo, referiu à Antena Livre que "faz todo o sentido que passados 100 anos, as homenagens sejam feitas em Montalvo", visto que há 100 anos se realizou a Grande Parada de Montalvo, a alguns metros do Jardim da Zona Industrial da localidade.
Por sua vez, Anabela Cardoso, técnica superior da Câmara Municipal, salientou o papel pioneiro e importante do concelho, nomeadamente, de Montalvo, na preparação do corpo expedicionário português, explicando que "foi o primeiro contingente militar a partir para França em 1917".
Integrada nas celebrações, a peça de teatro "Histórias e estórias de uma guerra", que relembra o papel que a região teve na preparação do Corpo Expedicionário Português, que iria ser exibida no próximo dia 18 de novembro, foi adiada. Sérgio Oliveira justificou, referindo que “alguns elementos [do teatro] não se poderão deslocar até Montalvo" e que a peça será depois reagendada.
Crianças colocoram placas de madeira com o nome de todos os combatentes do concelho numa oliveira.
Nélio Dias, estagiário do curso de Comunicação Social, da ESTA