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Abrantes: PSD diz que a maioria socialista não tem estratégia nem ouve a oposição (c/áudio)

24/07/2024 às 16:14

O PSD de Abrantes, com novos dirigentes eleitos recentemente, fez uma avaliação política do concelho e “aponta o dedo” à maioria socialista que diz não ter qualquer estratégia para o concelho, que não ouve os partidos da oposição com o argumento que tem uma maioria absoluta e que falha nas prioridades. E o PSD avaliou também o seu trabalho e apontou novo rumo, garantindo que está a trabalhar para as eleições autárquicas e que tem como meta regressar ao poder em Abrantes.

José Moreno Vaz, presidente da concelhia, esteve ladeado por João Fernandes e João Morgado, vices, e pelo vereador Vítor Moura, e para além de fazer a explicação sobre a antecipação das eleições para a estrutura local do partido, apenas para acompanhar o calendário eleitoral, lançou os desafios que assentam na captação de novos militantes e colocar ativos todos os que fazem ou fizeram parte do PSD.

E apontou a promoção da “militância ativa sem ser apenas no burburinho das eleições, nacionais ou autárquicas.”

José Moreno Vaz

Do trabalho já desenvolvido Moreno Vaz anunciou que o PSD entende “que a gestão do concelho não é aquilo que queríamos que fosse. Vamos lutar contra o poder instalado na cidade e no concelho. PSD quer ser governação futura e vamos rodear-nos de pessoas com capacidade para pensar no futuro e na governação do município.”

 

José Moreno Vaz

Depois a passagem para a análise política local com a declaração de rutura: “O PS é um projeto falhado. Nem sequer há um projeto estrutural para o concelho. Não há uma espinha dorsal para o concelho, é uma gestão dia a dia.”

E da análise feita dentro de portas, há notas que devem sair para a população, na ótica do PSD. Por exemplo “não temos um pavilhão desportivo multiusos, que defendemos que fosse construído no antigo campo do barro vermelho.” José Moreno apontou outra necessidade premente: “Não temos uma casa mortuária que dignifique a cidade. Não quero saber se o problema é da igreja ou não. A capela de Santana não tem condições, é preciso uma pessoa ir à casa de banho e ter outra à porta, a guardar. Isto é uma queixa diária.”

 

 José Moreno Vaz

João Morgado, que acumula o cargo de presidente da JSD em Abrantes, seguiu com o rol de críticas apontando o problema do trânsito, na cidade, mas também noutros pontos, e na Nacional 2 “a desclassificação nunca foi feita, mesmo com 8 anos de governo nacional do PS.” Depois referiu a falta de pintura das passadeiras e o problema das lombas tendo questionado se “já foi pensado substituir por semáforos reguladores de trânsito.”

Questionou o projeto da Avenida Dra Maria do Carmo Dantas (projeto de ligação entro o Estádio Municipal, a Escola Dr. Manuel Fernandes e o Hospital) que foi falada e nada está feito.

Em relação ao ranking das escolas, revela ser muito fraco e com uma quebra das duas escolas secundárias. Da política de juventude diz não haver praticamente nada. “Na página de internet do município encontramos três referências e nada sobre fixação de jovens no concelho. PSD apresentou ideia de criar um gabinete, um serviço, de acompanhamento e para saber para onde estão a ir os jovens, para onde vão estudar?” Porque com posse destes dados haveria possibilidade de captar investimentos direcionados à sua fixação.

João Morgado abordou o turismo, referindo que Abrantes está só agora a acordar para esta área e diz não saber quantas pessoas visitam os museus de Abrantes, apesar de já ter pedido esses dados.

 

João Morgado 

Já João Fernandes começou por dizer que “em Abrantes PS significa ‘partido dos surdos’, porque não ouvem ninguém. O PS não tem qualquer estratégia para Abrantes.
O PS governa apenas para os fundos europeus. Mas quando verificamos, só há ações consoante os fundos. Não fazem um projeto estratégico para ir à procura de fundos.”

Depois deu o exemplo da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) referindo a ausência de um estudo de impacto económico ou pedagógico sobre esta mudança. “Agora surge a possibilidade do Fundo Transição Justa e muda tudo. Mas sabemos isto pela comunicação social, nunca nada é explicado à oposição.”

João Fernandes visou depois o presidente da Câmara, descartando à partida ataques pessoais e frisando que são avaliações políticas. “Não queremos fazer nenhum ataque pessoal ao presidente da câmara. Mas temos de o caracterizar. Primeiro teve o Tejo como grande projeto e até com uma candidatura a património da UNESCO. Questionado por mim na Comunidade Intermunicipal respondeu a dizer era muito difícil. Então, desistimos?”

O vice-presidente do PSD disse acusou o presidente quer estar em todas, na Câmara, nos Serviços Municipalizados e na Comunidade Intermunicipal.

Depois apresentou uma série de propostas apresentadas em Assembleia Municipal, algumas aprovadas por todos os partidos, mas que ficam sempre “na gaveta.”

“Não há uma estratégia de internacionalização de Abrantes. O PSD apresentou proposta para esta área através de parcerias ou de geminações. Leva-nos a pensar se o executivo do PS tem a noção do que tem à sua volta.” Outra proposta aprovada continua na gaveta que é “dar o nome de Eurico Heitor Consciência a uma rua digna da cidade. Ainda hoje estamos à espera.” E José Moreno Vaz indicou outra proposta semelhante apresentada no mandato 2005 a 2009, para atribuir o nome de José Manuel Esteves Pereira a uma rua de Abrantes e também continua por avançar.

João Fernandes frisou que, “todas as propostas apresentadas pelo PSD, a única que teve algum acolhimento foi a de “reflorir Abrantes. Mesmo assim de forma muito fraca.”

 

João Fernandes 

O presidente do PSD local virou depois a agulha para o crescimento da economia para dizer que também “não há estratégia económica para o concelho. Não se vai à procura de fundos europeus para apoiar as empresas, de média ou grande dimensão. Apoia-se apenas os pequenos negócios.” E sobre o Fundo para a Transição Justa, Moreno Vaz, questiona “onde estão os investimentos? Fala-se dos 600 Milhões de Euros de investimento da Endesa. Mas quais os benefícios, quantos postos de trabalho vão criar?” E depois referiu que “Abrantes merece ter mais peso no Médio Tejo” e não apenas pela presidência da Comunidade Intermunicipal.

O líder social-democrata referiu que as propostas apresentadas pelo PSD foram quase sempre esvaziadas ou até “ridicularizadas. Agora há ideia de uma rotunda no hospital, que foi apresentada pelo PSD nos anos 2000. A Incubadora de empresas de base tradicional foi apresentada pelo PS, mas foi proposta, e com muita insistência, pelo vereador do PSD. Um repuxo no Tejo, foi ridicularizado. Mas vamos ver no futuro.”

 

José Moreno Vaz

Vítor Moura, vereador eleito pelo PSD, apontou também as baterias à falta de estratégia do PS. “Devo confessar que há apoiantes do PS que me dizem não conhecer um executivo tão fraco. As propostas em reunião do executivo não são diferenciadoras de nada e sobre as quais eu não me pronuncio porque não há nada a pronunciar, é tudo corrente.”
Já no plano financeiro vincou que a Câmara dispõe de 50 milhões de euros, dos quais 39% são custos com pessoal. “Mas há 30 e tal milhões para investir. Imaginem o poder de ter coisas para trazer para Abrantes e que não traz. Não se passa nada nesta terra. Nem um pedaço de arruamento se vê. E estamos quase a três quartos do mandato. Este executivo o que fez foi eventos.”

Vítor Moura referiu que “há incompetência grande nos elementos do executivo” e voltou ao “mau” investimento no Colégio Nossa Senhora de Fátima com “1,8 ME para o bolso das Irmãs Doroteias e depois mais de três ME para as obras. Para 8 salas. Temos mais condições na D. Miguel de Almeida. Há problemas grandes na escola Maria de Lourdes Pintassilgo graves tanto que há pessoas que não querem lá os meninos.”

 Vítor Moura 

João Fernandes disse ainda que o PSD vai requerer uma Assembleia Municipal extraordinária para fazer uma série perguntas tendo em vista “tentar perceber se há estratégia no concelho. O que fazer do atual edifício da ESTA. Porque não criar uma Agência de investimento ou um departamento de estatística, para ajudar a definir as estratégias do município.”

 João Fernandes 

O PSD garantiu nesta Conferência de Imprensa que ainda não tem nomes definidos ou convites feitos para as listas das eleições autárquicas de 2025. No entanto, ficou uma garantia de que o partido vai tentar concorrer em todas as freguesias, coisa que não aconteceu em 2021, apesar das dificuldades em encontrar pessoas que queiram entrar nas listas. E complica-se ainda mais, com as questões da paridade, nalgumas freguesias mais pequenas. José Moreno Vaz disse que essa pasta fica para setembro, depois do período das férias.

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