O movimento independente ALTERNATIVAcom revela, em comunicado, que pretende iniciar um novo ciclo. Escreve o movimento liderado por Vasco Damas que “Abrantes precisa de acertar o rumo, afinar a máquina autárquica e evoluir para um patamar mais exigente de desenvolvimento e bem-estar. É preciso pôr fim a este longo ciclo da nossa história autárquica e iniciar um novo ciclo, mais estimulante e profícuo”.
Nesta linha o movimento independente defende que “chegou o momento de exigir uma prestação de contas transparente e de avaliar o desempenho dos atuais autarcas. Não está em causa a boa vontade e a dedicação pessoal, que se reconhece, mas apenas a competência com que decidiram, realizaram e cumpriram os compromissos assumidos. Neste balanço, não pode ser ignorado que a maioria socialista eleita em 2017 deu continuidade, não só ao anterior mandato, mas ao projeto socialista iniciado há 28 anos, ou seja, há 7 mandatos consecutivos. Note-se que metade dos atuais abrantinos nunca conheceu outro projeto político ou outra maneira de governar Abrantes”.
De acordo com o ALTERNATIVAcom esta realidade de Abrantes “explica-se pela combinação de dois fatores: a opção do PS por um projeto de poder e não de princípios, e a ausência de projetos alternativos e credíveis de governação autárquica. Se não era para melhorar (terão julgado os eleitores), era preferível que tudo ficasse na mesma, como dantes...”
E depois deixa alguns dados como a população revelando que “nos últimos 10 anos, Abrantes perdeu aproximadamente 12% da população e 1/4 dos alunos do ensino básico e secundário, com maior incidência no 1º ciclo do básico (35%). Ao nível económico, o concelho viu desaparecer 8,4% das empresas e 10% do emprego, delapidando a nossa capacidade produtiva e de serviços. Grosso modo, temos estado a “desaparecer” inexoravelmente 1% em cada ano…”
Depois volta aos números e escrevem que “os números de Abrantes revelam-se quase sempre piores do que a média dos treze municípios do Médio Tejo. No sector do Turismo, por exemplo, entre 2018 e 2019 o número de hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico diminuiu 1,6% em Abrantes e aumentou 11,2% no Médio Tejo. Já no sector da Cultura, entre 2015 e 2019 o número de visitantes de museus cresceu 29% em Abrantes (com o contributo do Museu MDF), mas aumentou 46% na região do Médio Tejo.”
No seguimento desta análise o ALTERNATIVAcom diz que “o atual presidente da Câmara, que há mais de 20 anos está ligado ao executivo municipal do PS – foi adjunto do presidente de 2000 a 2004, vereador de 2004 a 2019, e presidente desde então –, participou em todas as decisões tomadas e foi corresponsável por elas, não podendo eximir-se de nenhuma. Se não votou contra, deve assumir a responsabilidade por todas. Substituiu a antecessora quando esta quebrou o compromisso de cumprir integralmente o seu mandato, decorria 1/3 do mesmo, e assumiu de imediato o slogan “forte, inteligente e gentil”, inspirado num conhecido cartaz de parede.”
E na sua análise, o movimento escreve que “a 'força' não resistiu ao populismo e à vitimização, a “inteligência” não se traduziu em visão estratégica e políticas coerentes, e a “gentileza” não vingou em lamentáveis momentos de autoritarismo e agressividade. Sobrou, reconheça-se, uma maior atenção dada às freguesias, sobretudo as mais rurais e periféricas, algum esforço no sentido de fechar dossiês deixados pela sua antecessora e a iniciativa de algumas medidas avulsas e voluntaristas, sempre embrulhadas em excessiva propaganda, paga a peso de ouro pelos munícipes.
E depois o movimento diz que a Cãmara e o PS se misturam: “ assiste-se a uma ausência de genuíno debate democrático, à confusão entre partido (PS) e município (Estado), ao equívoco entre democratização das instituições e descentralização de competências para as freguesias, e à insensata desvalorização de normativos legais e regulamentares. A mais simples responsabilidade autárquica é sistematicamente considerada “muito complexa” e encarada com um registo sofrido, paternalista e salvífico, servindo agora a pandemia para justificar todos os falhanços da governação.”
E continua com as críticas: “deste modo, a avaliação do desempenho dos autarcas socialistas, cuja postura pública é geralmente acrítica e seguidista, empobrecendo o debate democrático, só pode ser considerada genericamente negativa, estando a sua capacidade de governação autárquica definitivamente esgotada e a prejudicar o presente e o futuro dos abrantinos. A agravar esta evidência, está o facto de os órgãos locais do PS não terem a coragem de exigir ao Governo do seu partido o respeito pelos compromissos assumidos para com Abrantes e a região, comprometendo assim seriamente a defesa dos legítimos direitos e interesses das nossas populações”.
E conclui com a promoção ao movimento, dizendo que são “candidatos a um novo ciclo de governação autárquica, comprometido com a democracia e o desenvolvimento em todo o território, esperando vir a merecer a confiança da maioria dos eleitores”.