O PS continua a ser a maior força autárquica no distrito de Santarém, gerindo 12 dos 21 municípios, mas, pela primeira vez, perdeu o Cartaxo, deixando igualmente cair Alcanena e Golegã, compensados pela conquista de Alpiarça e Ferreira do Zêzere.
Na contabilidade socialista do resultado das eleições de domingo, há ainda a registar a perda da maioria absoluta no Entroncamento, um dos quatro concelhos do distrito que viu entrar um eleito do Chega para o executivo municipal.
A derrota mais estrondosa para os socialistas foi a de Pedro Magalhães Ribeiro no Cartaxo - município gerido pelo PS desde as primeiras eleições autárquicas em democracia -, que na candidatura a um terceiro mandato passou de 52,5% dos votos, em 2017, para 29% (três vereadores), conquistando o PSD, com João Heitor, 46,6% (quatro eleitos).
Também recandidato, mas a um segundo mandato depois de já ter presidido ao município entre 1997 e 2013, José Veiga Maltês perdeu a Câmara da Golegã para o antigo companheiro socialista António Camilo, que deixou a junta de freguesia para se candidatar ao executivo municipal pelo movimento “2021 é o Ano”.
Alcanena, onde Fernanda Asseiceira foi substituída pelo seu vice Hugo Santarém dada a lei de limitação de mandatos, foi conquistada por Rui Anastácio, que se candidatou pela coligação PPD-PSD/CDS-PP/MPT.
Se o PS perdeu esta câmara para a coligação liderada pelo PSD, este deixou cair para o PS, com Hugo Gomes, um dos seus bastiões no distrito, Ferreira do Zêzere, onde o candidato que viria substituir Jacinto Lopes (impedido de se recandidatar a um terceiro mandato) viu o resultado baixar dos 44,9% de 2017 para os 34,2%.
Depois de dois mandatos na oposição, a socialista Sónia Sanfona conseguiu desta vez recuperar para o PS, com 43,3% dos votos, a Câmara de Alpiarça, onde o comunista João Arraiolos, que substituiu Mário Pereira (impedido de se recandidatar) se ficou pelos 40,3%.
O PSD, que detinha seis municípios, passa agora a liderar sete, dois deles em parceria com o CDS (Ourém e Rio Maior) e outro também com o MPT (Alcanena), sendo que na capital do distrito perdeu a maioria absoluta, passando a deter quatro eleitos, tantos quantos o PS, com o nono a ficar com o Chega.
Com a queda de Alpiarça, a CDU (PCP/PEV) tem agora apenas um município no distrito de Santarém, Benavente, onde passou para uma maioria simples, com apenas três eleitos num executivo que integra ainda dois eleitos do PSD, um do PS e outro do Chega.
Além do executivo de Benavente, o Chega entrou ainda, também com um eleito, nas câmaras municipais de Salvaterra de Magos, de Santarém e do Entroncamento, sendo que, nestas duas, o seu elemento “desempata” a paridade de eleitos de PSD e PS.
Com maiorias sólidas continuam os socialistas Manuel Valamatos, em Abrantes, Pedro Miguel Ribeiro, em Almeirim, Paulo Queimado, na Chamusca, Sérgio Oliveira, em Constância, Francisco Oliveira, em Coruche, Hélder Esménio, em Salvaterra de Magos, Anabela Freitas, em Tomar, Pedro Ferreira, em Torres Novas, e Fernando Freire, em Vila Nova da Barquinha.
Em igual situação estão os social-democratas Vasco Estrela, em Mação, Luís Albuquerque, em Ourém, Luís Santana Dias, em Rio Maior (ambos em coligação com o CDS), e Miguel Borges, em Sardoal.
O distrito de Santarém passa, neste mandato autárquico, a ter apenas um concelho presidido por uma mulher: a socialista Anabela Freitas, em Tomar.
Lusa