Passavam poucos minutos do meio-dia desta quinta-feira, 12 de outubro de 2023, quando terminou a reunião do Conselho Diretivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, a primeira liderada por Manuel Jorge Valamatos.
Após a saída de Anabela Freitas da Câmara de Tomar e, consequentemente, da Comunidade Intermunicipal, concretizada a 30 de setembro, dizem os regulamentos que não há uma substituição direta, pelo que houve necessidade de ser submetida a votação uma lista com uma nova direção. E esta direção, eleita por unanimidade, passou a ter como presidente Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, mantém uma vice-presidência e, para a outra vice-presidência, entrou Bruno Gomes, o autarca de Ferreira do Zêzere.
Após a tomada de posse aconteceu a primeira reunião da comunidade intermunicipal e apenas após a sua conclusão é que o novo presidente falou aos jornalistas.
Manuel Jorge Valamatos começou por reconhecer e agradecer o extraordinário trabalho realizado pela presidente Anabela Freitas, que ao longo dos últimos anos “nos liderou com notável competência e dedicação”.
Depois vincou a responsabilidade ao assumir a presidência da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e evidenciou que “a votação reflete de forma inequívoca o espírito de união que existe nesta Comunidade Intermunicipal”.
Uma das preocupações, e que Valamatos levou a este discurso, foi a saúde no Médio Tejo, dando conta da grande preocupação dos autarcas com as dificuldades que se registam ao nível da prestação de cuidados primários, referindo que a CIM está a preparar o agendamento de uma reunião com o ministro da Saúde.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da CIMT
Manuel Jorge Valamatos tem 58 anos, é casado e é natural do Tramagal, concelho de Abrantes. Licenciado em Educação Física é Presidente da Câmara Municipal de Abrantes desde fevereiro de 2019 assume responsabilidade nas áreas de coordenação geral, Gestão Financeira, Desenvolvimento Económico, Proteção Civil, Gestão das Pessoas, Comunicação, Freguesias e Auditoria Interna.
Foi vice-presidente da CIM Médio Tejo nos últimos 5 anos.
O novo cargo de presidente da CIMT
“É esta união e esta capacidade de harmonia que conseguimos conquistar ao longo dos anos entre todos os presidentes de câmara que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Em determinado momento 13 municípios faziam parte desta configuração e conseguiram construir essa mesma capacidade de entreajuda, colaboração”.
Ressaltou o trabalho das presidentes dos últimos anos, Maria do Céu Albuquerque e Anabela Freitas, as quais, segundo o novo presidente, foram palavras-chave para conseguir esse trabalho e harmonia em equipa. “Particular-mente o trabalho da presidente Anabela Freitas deixa essa marca também aqui. Para muitos de nós estes últimos quatro anos tiveram, de facto, esse registo da presidente Anabela Freitas: união, entreajuda, colaboração, respeito tanto pelo território como pelas pessoas”.
E explicou que esta marca também é “uma marca inquestionável do futuro, já que, um dos aspetos determinantes e importantes do trabalho é ter essa capacidade de nos mantermos juntos nas dificuldades e vitórias”
A preocupação com a área da saúde
“O que sabemos é que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e das outras comunidades intermunicipais ao longo dos anos têm assumido mais responsabilidades. E têm assumido também um papel importante na gestão de todo o território nas diferentes áreas”.
O presidente também falou sobre “necessidade de marcação urgente” de uma reunião como o ministro de saúde, Manuel Pizarro, porque existem muitas questões preocupantes no território, como a falta de médicos de família e a fragilidade que isso representa para os cidadãos. Sobre as questões do Centro Hospitalar do Médio Tejo [que começou também a anunciar constrangimentos em várias áreas] referiu que na última reunião do Conselho Intermunicipal, esteve presente o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, Casimiro Ramos, o qual, manifestou “algumas preocupações”. Assim, voltou a frisar que este é o trabalho que deve continuar a ser feito e mantido.
Os fundamentais fundos comunitários
“Houve uma reorganização das Comunidades Intermunicipais. Há um alinhamento futuro, essa também é um dos nossos pontos de interesse e seguramente de cuidado para responder uma nova região, como sabem, o Médio Tejo, a Lezíria do Tejo e o Oeste. É por isso que vamos ter que continuar a acompanhar de perto com toda a atenção e cuidado, e é isso que nos propomos. Ou seja, a Comunidade Internacional tem de estar muito atenta a esta nova configuração que vai surgir em 2030. Até lá temos que percorrer um caminho para construir os alicerces e as condições para que depois toda a ação se desenvolva a favor das pessoas e de essa nova grande região”.
Relativamente às prioridades, o presidente disse que existem duas questões. A primeira é a da nova região “que é uma questão central... é muito relevante prepararmo-nos para esse novo desafio”. Depois estão as questões das ITI (Investimentos Territoriais Integrados), dos fundos comunitários do Portugal 2030. “Seguramente estão na nossa agenda e são questões de grande prioridade, a qual tem muito a ver com o nosso trabalho de concertação e de articulação entre todos para projetarmos melhor o nosso território. E para tentar eliminar as diferenças de desenvolvimento das regiões”.
O “Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Fundo de Transição Justa, o Portugal 2030... Há muitos desafios. Esse é o nosso trabalho aqui todos os dias, um trabalho de articulação com os municípios para conseguir mitigar as fragilidades da região e seguramente potenciar o que cada um tem ao serviço de um todo. É isso o que temos feito até aqui e é o que vamos continuar a fazer”.
Os 50 anos do 25 de abril
“Será um orgulho para nós... O poder local tem um papel importantíssimo naquilo que foi o desenvolvimento do país. Eu acho que é para nós um orgulho poder vivenciar aqui na Comunidade Intermunicipal, os 50 anos do poder local, da democracia e do 25 de abril. Faremos tudo o que tiver ao nosso alcance para prestigiar essa data e sobretudo sensibilizar os mais no-vos para a importância da mesma”.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo é uma associação de fins múltiplos foi constituída no ano de 2008 (Lei 45/2008 de 27 de agosto) e instituída como pessoa coletiva de direito público pela publicação dos respetivos estatutos no Diário da República n.º 233 II Série de 2 de dezembro (2008).
Tem uma área territorial que abrange 11 Concelhos (Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha) com uma população de 210 mil habitantes [em 31 dezembro a população era de 228 mil habitantes com Sertã e Vila de Rei] e tem uma área territorial de 1.639 km² [em 31 dezembro de 2022 a área era 2.283 km² com Sertã e Vila de Rei].
Nova direção, por via da saída de Anabela Freitas para vice-presidente da Turismo Centro de Portugal, foi eleita por unanimidade e tem como presidente Manuel Jorge Valamatos (Abrantes), Vasco Estrela (Mação) e Bruno Gomes (Ferreira do Zêzere).
De referir que Maria do Céu Antunes, presidente da Câmara de Abrantes, foi presidente da CIM entre 2013 e 2019, quando saiu para o governo, para a secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional em 2019.
Em 2019 foi eleita Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar. Nas eleições autárquicas de 2021 Anabela Freitas manteve a presidência, tendo a seu lado como vice-presidentes, Manuel Jorge Valamatos e Vasco Estrela.
De notar que a Comunidade Intermunicipal tem ainda na sua estrutura um secretário executivo, Miguel Pombeiro, e um secretário intermunicipal, Jorge Simões.
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