Foi aprovado esta terça-feira, por unanimidade, na reunião do Executivo da Câmara Municipal de Abrantes, a celebração de protocolo de cooperação no âmbito da candidatura do CRIA-Centro de Recuperação e Integração de Abrantes ao Plano Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), a celebrar entre os municípios de Abrantes, Mação e Sardoal e no qual o Município de Abrantes assume o pagamento de apoio financeiro no montante global de 40.500 euros.
Celeste Simões, vereadora, em declarações à Antena Livre, explica que se trata de “uma medida do Ministério da Saúde e da Solidariedade”. Este programa não vem terminar com os já existentes, no entanto, vem “substituir por um programa que traz outras valências e outras novidades”.
“Foi feita uma auscultação aos três concelhos, para ver qual seria o que tinha capacidade para ser a entidade recetora”, aludiu.
Este programa tem uma “ajuda que é constituída por cabazes alimentares que têm que ser entregues às pessoas mensalmente, portanto, vai haver aqui uma grande quantidade de bens alimentares a serem distribuídos, diferentes do Banco Alimentar”.
A vereadora referiu que, enquanto que o Banco Alimentar tem mais enlatados e produtos secos, traduz-se “numa carência”, tendo em conta que as “pessoas não comem só produtos secos e é preciso dar aqui um passo mais além”.
“Era preciso dar o salto, dar os bens alimentares às pessoas”, esclareceu Celeste Simões, explicando que os bens consistem em “carne, peixe, frutas e legumes para que depois às pessoas possam confecionar”.
A vereadora clarificou que este programa “não acaba de vez com as cantinas sociais” e que “para já, vai haver uma fase residual de cantinas sociais para quem não tiver ainda capacidade para cozinhar em casa”.
É necessário colocar “as pessoas a fazer a sua própria comida”, explicando que esta é a novidade deste programa. Os bens alimentares a serem distribuídos são validados pelo Sistema Nacional de Saúde de acordo com “as faixas etárias que fazem parte do agregado familiar e com ações de sensibilização, ações de trabalho e workshops com essas pessoas”. Celeste Simões revelou que vão “haver medidas de acompanhamento que são obrigatórias para atribuir mais competências às pessoas ao nível doméstico e da alimentação da própria família”.
Para já, Abrantes conta com 194 agregados familiares para integrar o POAPMC, pessoas que já estão a ser acompanhadas pela Segurança Social. Contudo, Celeste Simão explicou que “não quer dizer que não venham a entrar outras”, e que as atuais não venham a sair. Este processo é utilizado para “outras ajudas alimentares”, disse. Periodicamente é feita uma avaliação e “são sinalizadas outras pessoas”.
Numa próxima fase “vão ter que intervir os parceiros no terreno”, como a Rede Local de Intervenção Social (RLIS), os serviços da Câmara que também articulam com a RLIS e as IPSS, que articulam diretamente no terreno.
A vereadora referiu ainda a importância de “o trabalho agora ter que ser melhorado para não se estar a dar cabazes a pessoas que eventualmente podem não necessitar ou ter outro tipo de necessidades”.
O CRIA é a entidade recetora e também assume a responsabilidade de entidade mediadora no concelho de Abrantes, assim como na Bemposta e no Souto. Em cada concelho foram sinalizadas entidades mediadoras que são essas que farão chegar às pessoas os respetivos cabazes alimentares sendo que, em Mação, esse papel está entregue à Santa Casa da Misericórdia de Mação, à Santa Casa da Misericórdia de Cardigos e à Casa de Idosos de S. José das Matas. Em Sardoal, as entidades mediadoras são a Assistência de Ação Domiciliária de Alcaravela e a Santa Casa da Misericórdia.
Fátima Saraiva_Estagiária ESTA