A urgência pediátrica da Unidade Hospitalar de Torres Novas do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) vai estar em situação de contingência planeada, operando em rede com as instituições hospitalares da região. O atendimento permanente vai estar encerrado de forma programada, quinzenalmente, aos fins de semana, durante os três meses de verão, de julho a setembro.
Segundo explica o CHMT, “apesar dos esforços dos profissionais de saúde do Serviço de Pediatria do CHMT para garantir o funcionamento ininterrupto do Serviço de Urgência Pediátrica, não foi possível em tempo útil ultrapassar constrangimentos excecionais que envolvem dois elementos da equipa médica, que aliados ao período de férias de verão dos profissionais de saúde adicionaram maior complexidade nas escalas do Serviço de Urgência”.
O reforço do trabalho em rede com as equipas hospitalares da região e a coordenação estratégica e planeamento promovidos pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) permite, no entanto, durante os curtos períodos de contingência, “garantir uma estratégia adequada para assegurar à população previsibilidade, segurança e confiança, otimizando os recursos disponíveis”.
Nos próximos três meses, ou 90 dias, haverá, assim, um total de 14 dias de funcionamento condicionado, em fins de semana alternados, nos quais os médicos pediatras que se encontram ao serviço do CHMT garantem apenas apoio à urgência interna e aos doentes já admitidos na instituição.
Nestes curtos períodos de contingência, os doentes emergentes da região do Médio Tejo que necessitem de assistência inadiável e transporte de ambulância serão reencaminhados diretamente pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), para o Hospital Distrital de Santarém (HDS) ou para o Centro Hospitalar do Oeste, em Caldas da Rainha. “Esta articulação, previamente coordenada pela DE-SNS, faz parte da gestão cabal em rede das urgências hospitalares”, informa o CHMT em comunicado.
Reforce-se que a Neonatologia e o Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT, localizados na Unidade Hospitalar de Abrantes, não estão sujeitos a quaisquer condicionamentos durante os meses de verão, estando a funcionar ininterruptamente.
“Os pais das crianças que não tenham conhecimento dos constrangimentos excecionais que vão ocorrer quinzenalmente no Serviço de Urgência Pediátrica de Torres Novas, terão sempre garantido o registo, observação e triagem da criança, para apurar da gravidade da sua condição de saúde. Se esta exigir transferência hospitalar para outra unidade, esta será assegurada pelo CHMT, com o respetivo acompanhamento por profissionais da instituição especializados em saúde infantil”, informa ainda a nota.
O CHMT lembra “todos os pais e utentes que os Serviços de Urgência Hospitalares prestam cuidados altamente diferenciados, em situações de emergência ou urgência, doença aguda, referenciadas pelo médico assistente, centro de saúde, ou pela Linha SNS24 (808 24 24 24). A Urgência Hospitalar não é, pois, a primeira linha de resposta médica. Aos primeiros sinais de doença na criança ou jovem, devem ser iniciados os cuidados gerais em casa, como a hidratação e o antipirético. Antes de qualquer ida a uma unidade hospitalar, deve sempre ligar SNS24 (808242424), uma linha telefónica gratuita de saúde pública, 24 horas disponível, onde profissionais de saúde estão prontos para ouvir, avaliar e encaminhar para a resposta mais adequada – seja o hospital, ou a consulta nos cuidados de saúde primários”.
O CHMT vai realizar uma intensa campanha de divulgação e comunicação, junto da imprensa regional, nas redes sociais e junto das autarquias locais e parceiros, para divulgação do calendário dos fins de semana de contingência programados.
O CHMT “lamenta o inconveniente provocado à população por esta situação que é excecional, e para a qual a administração continua a tentar encontrar uma solução”.
O Conselho de Administração do CHMT deixa, no entanto, uma mensagem de confiança, garantindo que “esta contingência planeada, durante um curto período, assegura mais previsibilidade e segurança aos utentes, do que suspensões da prestação de cuidados de saúde intermitentes e não programadas, que acabam por ter consequências inesperadas no atendimento às crianças e adolescentes da região”.