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Amigos dos Caminhos de Fátima criticam Turismo por confundir peregrinos com alterações

10/05/2019 às 00:00

Um grupo de peregrinos e a Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima confrontaram hoje, no Cartaxo, a secretária de Estado do Turismo por estarem a ser instaladas novas sinalizações e arrancadas as anteriores, o que confunde os peregrinos.

O grupo composto por oito pessoas esperava a governante, que participou na instalação de novas marcações e percorreu cerca de quatro quilómetros o caminho de Santiago e de Fátima junto ao Rio Tejo, entre Valada e Porto de Muge, no Cartaxo, distrito de Santarém.

Ana Mendes Godinho dirigiu-se ao grupo, ocasião em que o presidente da Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima, Rodrigo Cerqueira, aproveitou para alertar a governante que, no âmbito do novo projeto de reestruturação dos caminhos pelo Turismo de Portugal e pelo Centro Nacional de Cultura, faltam informações aos peregrinos e turistas, quando em algumas zonas foram feitas alterações de percurso.

Além disso, “estão a ser retiradas as marcações antigas” para serem colocadas novas, estando a ser “apagada a memória e um património imaterial”.

Já os novos postes de sinalização são frágeis e “abanam com o vento”, existindo o “risco de desaparecerem e deixarem os peregrinos sem orientação”.

A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, disse desconhecer casos de retirada da sinalização antiga, esclarecendo que o objetivo do projeto “é tirar as pessoas da estrada e promover um caminho seguro”.

À agência Lusa, o presidente da associação explicou ainda que a instalação de novas sinalizações começou a meio do percurso, acabando por haver duas marcações diferentes, tornando o caminho numa “manta de retalhos” que confunde os peregrinos.

Um dos manifestantes confirmou já se ter perdido com as novas marcações.

“Quem vem de Lisboa até Alpriatre [Vila Franca de Xira], o caminho tem a marcação antiga, mas quando o peregrino chega a Vila Franca encontra uma nova marcação, sem que a antiga se tenha mantido”, exemplificou Rodrigo Cerqueira.

“Há sempre divergências, com uns que entendem que o caminho devia ir mais para a direita ou mais para a esquerda, e tivemos de tomar opções para garantir que estavam bem sinalizados e em condições de segurança”, justificou aos jornalistas a governante.

A secretária de Estado do Turismo disse que a associação não tem estado “do lado da solução”, pedindo que reporte os problemas detetados e mostrando abertura para um trabalho em conjunto, que a dada altura a associação abortou por entender que estava a ser posta de fora do projeto, ao não ser convidada a assinar um protocolo conjunto para o projeto.

Em vez de novas sinalizações, a associação incitou a secretária de Estado do Turismo a investir em obras que retirem os peregrinos das estradas nacionais principais, apontando para a necessidade de ser construída uma ponte pedonal entre a Vala do Carregado e Vila Nova da Rainha “para evitar” que os peregrinos caminhem pela Estrada Nacional 3.

Fundada há 12 anos, a Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima promove os caminhos de peregrinação rumo aos santuários de Fátima e de Santiago e sinalizou mais de 700 quilómetros.

 Lusa

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