A arqueóloga Ana Rosa Cruz, de 63 anos, foi encontrada sem vida em sua casa, em Tomar, no distrito de Santarém, cidade em cujo Instituto Politécnico lecionava desde 1987, confirmou hoje a instituição à Lusa.
Ana Rosa Cruz, cujo funeral se realiza hoje à tarde, era licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tinha um mestrado em Arqueologia (opção Paisagem e Planeamento), doutoramento em Quaternário, Materiais e Culturas e pós-doutoramento em Arqueologia da Morte, tendo sido diretora da intervenção arqueológica da Gruta do Morgado Superior e participado na investigação e escavação da Anta do Vale da Laje, entre outras.
Fonte próxima da investigadora disse à Lusa que Ana Rosa Cruz era dotada de “uma enorme intuição científica”, de que a importância dos achados na Gruta do Morgado Superior são exemplo, e de “grande energia”, o que a levou a bater-se por causas em que poucos acreditavam, como a paragem da construção da barragem de Foz Côa e pela preservação da gruta do Vale da Laje.
Ana Rosa Cruz estava a finalizar um livro sobre as descobertas realizadas na Gruta do Morgado Superior (junto ao rio Nabão, em Tomar), um dos sítios mais importantes em termos de vestígios humanos pré-históricos em Portugal, salientou.
A mesma fonte referiu, ainda, o papel da investigadora como professora e orientadora de muitos alunos, esperando que o seu trabalho tenha continuidade.
Ana Rosa Cruz “era uma pessoa muito vibrante”, mas “muito discreta” e “muito generosa”, com um “grande sentido coletivista”, acrescentou.
Lusa