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Autarca discorda do balanço positivo da estratégia aplicada no fogo de Mação

23/07/2019 às 00:00

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, disse esta tarde, na sequência da visita do ministro da Administração Interna ao posto de comando de Cardigos, que o Plano Municipal de Emergência de Mação foi aprovado apenas esta manhã. O autarca disse que recebeu uma mensagem do secretario de Estado às 12:40 desta terça-feira a comunicar a aprovação do documento e acrescentou que o mesmo estava naquele organismo, pelo menos, desde fevereiro.

Apesar de não ter o Plano para ativar o presidente da Câmara de Mação revelou que a Proteção Civil Municipal fez todas as tarefas que fazem parte deste documento. “É importante a sua aprovação, mas fizemos tudo o que lá está definido. Foi preciso uma cisterna de abastecimento de combustível, está aqui. Foi preciso identificar os idosos nas aldeias, foi feito. Até vereadores fizeram esse trabalho”.

Ainda sobre este documento, o presidente da Câmara de Mação revelou que o mesmo estava pronto em novembro, depois teve algumas correções sugeridas pela Proteção Civil Distrital e só depois foi enviado para aprovação onde esteve até esta manhã.

Já sobre a operacionalidade dos meios de combate a este incêndio o autarca é bem mais cáustico. “Se dizemos que correu tudo bem e na perfeição aqui, então podemos temer o pior”, vincou Vasco Estrela, argumentando de seguida: “Dizer que correu tudo bem, que estão 800 bombeiros no terreno e depois temos aldeias que não tiveram um único carro de bombeiros (…) isto não pode ser assim. Deviam diferenciar os incêndios, quando mudam de concelho. Em Mação estão tantos meios e no outro concelho estão tantos.”

E depois há outra questão levantada pelo autarca. “Quando falam em 1200 operacionais as pessoas pensam em bombeiros e perguntam onde é que eles estão, porque não os conseguem ver. Mas operacionais são todos os que estão no terreno. Bombeiros e todos os outros, INEM, GNR, Florestas, e demais entidades. Não está este número de bombeiros e isto cria uma nebulosa em cima disto tudo. Deviam ser mais assertivos e concretos nos números”.

Vasco Estrela não aceita que apontem o dedo ao trabalho que tem sido feito no concelho na área florestal e mostra-se aberto a mostrar a quem quiser ver aquilo que tem sido feito.

Já sobre as críticas do primeiro-ministro em relação às responsabilidades dos autarcas enquanto responsáveis máximos da proteção civil no concelho, Estrela deixou bem clara a sua posição: “Assumo todas as responsabilidades que tenho de assumir, mas se sou o mais alto responsável pelo meu conselho deveria participar nalgumas reuniões do comando ou saber que o Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil estava a chegar ao posto de comando de Cardigos. E também questiono porque é que só foi criando um posto de comando no território de Mação à meia-noite de domingo, depois de dois dias de fogo no concelho”.

O presidente da Câmara Municipal de Mação não se cala com estas questões que já foram, algumas delas, levantadas após os grandes incêndios de 2017 e porque diz que não se pode dizer que corre tudo bem quando há aldeias em que o fogo passa por lá sem que tenham um único bombeiro.

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