Os autarcas e empresários de Santarém foram ontem unânimes no afirmar da importância do Programa de Valorização das Áreas Empresariais, apresentado pelo Governo, tendo realçado um "anseio de há muitos anos" no desbloquear destes investimentos.
"É um anúncio da maior importância porque, quer o Entroncamento, quer Torres Novas, quer Rio Maior, têm extraordinárias acessibilidades, rodoviárias e ferroviárias, para Lisboa, Porto, Espanha e porto de Sines, e esta valorização era uma coisa que há muito tempo se notava faltar no nosso distrito e que, finalmente, vemos no papel e na realidade ser concretizado" destacou à Lusa a presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant, entidade que agrega mais de duas mil empresas da região.
O Governo apresentou ontem no Entroncamento o Programa de Valorização das Áreas Empresariais, que prevê um investimento de 180 milhões de euros, dos quais 102 milhões em acessibilidades rodoviárias e 78 milhões na criação e na expansão de zonas empresariais.
No distrito de Santarém são dois os projetos contemplados, com a construção de acessibilidades à Zona Industrial de Riachos, entre os concelhos de Torres Novas, Golegã e Entroncamento, com um investimento de 8,35 milhões de euros, a concretizar até 2020, e a requalificação da ligação da Zona Industrial de Rio Maior à Estrada Nacional 114, no concelho de Rio Maior, com um investimento de 2,4 milhões de euros, a concretizar até 2019.
"Este é um projeto muito, muito importante", frisou Salomé Rafael, tendo feito notar que as empresas "têm de ser cada vez mais competitivas e muitas vezes os custos, quer de transporte, quer outros custos indiretos, são suficientes para reduzir margens".
Segundo a representante dos empresários, relativamente a investimentos neste âmbito, "existem outras ambições para o sul do distrito, e existem conversações nesse sentido, para uma segunda fase", sem especificar os municípios e áreas industriais em causa.
Questionado pela Lusa, o presidente da Câmara do Entroncamento, Jorge Faria (PS), destacou a importância das "pequenas ligações" anunciadas que representam uma "melhoria para a "competitividade dos territórios onde vão ser realizadas" e, em concreto, "a área empresarial conjunta do Entroncamento e Riachos".
Segundo o autarca, com a infraestrutura hoje anunciada "toda esta zona fica ligada e facilita o acesso à A23 e a movimentação de mercadorias e pessoas", tendo feito notar que a mesma "vai permitir aumentar e melhorar a competitividade do território e captar novos investimentos, criar mais riqueza, mais emprego e melhorar a qualidade de vida da nossa região".
O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira (PS), disse, por sua vez, que "era um desperdício que uma zona industrial como a de Riachos, que se complementa com a do Entroncamento, com provas dadas em termos de dinâmica a nível nacional e europeu, não ter mais investimento para melhorar as acessibilidades para poder duplicar ou até triplicar os movimentos que aqui se geram, e sem prejudicar as localidades por onde passam os camiões".
O autarca disse à Lusa "só ter de aplaudir esta estratégia", que "representa o concretizar de um anseio de há muitos anos", tendo referido que os municípios vão assumir a sua quota parte do investimento (15% e as parcelas relativas a expropriações para a construção da nova variante).
Também a autarca de Rio Maior, Isaura Morais (PSD), destacou a importância do momento, tendo afirmado à Lusa que a obra "era prioritária em vários aspetos, seja no apoio ao parque de negócios, à zona industrial, assim como a todas as empresas que estão ao longo daquele troço de 2,7 quilómetros".
Por outro lado, destacou, aquela é a "principal via de acesso à cidade para quem vem pela A15", tendo feito notar que "há muito tempo" que esta obra era desejada no município.
Lusa