A Câmara de Santarém aprovou a contratação do projeto de execução do futuro Museu de Abril e dos Valores Universais (MAVU), previsto para a antiga Escola Prática de Cavalaria, ao X-Atelier, vencedor do concurso público promovido pelo município.
O presidente da Câmara de Santarém, o social-democrata Ricardo Gonçalves, disse hoje à Lusa que a proposta aprovada na reunião do executivo municipal, realizada na segunda-feira, vai ser agora alvo de alguns “ajustamentos” para acolher contributos, nomeadamente da Ordem dos Arquitetos e da Direção-Geral do Património Cultural, que participaram no júri constituído aquando da abertura do concurso, em junho de 2021.
A construir na antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC), na parada de onde partiu a coluna liderada por Salgueiro Maia na madrugada da Revolução de Abril de 1974, o projeto prevê a construção do MAVU entre a Torre da Trindade e a Porta de Armas, ficando virado para o Jardim da República e o Convento de S. Francisco.
O júri considerou que o projeto, o melhor classificado de entre os sete concorrentes admitidos, apresenta um enquadramento “harmonioso” com a envolvente, com “boa articulação e desenho dos espaços públicos” e na ligação entre os vários edifícios, colocando em “contraponto a nova intervenção com os edifícios existentes”, além da “clareza dos espaços da exposição permanente”.
Ricardo Gonçalves afirmou que este é o primeiro passo “mais visível e concreto” para um projeto que ambicionou inaugurar em 2024, por ocasião das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, mas que espera poder estar em andamento nessa altura.
Com uma estimativa de custos a rondar os 7,4 milhões de euros, o autarca salientou que este é um projeto de âmbito nacional, esperando encontrar nas várias entidades a “sensibilidade” para que venha a beneficiar de apoios comunitários, até pela temática que vem destacar, da defesa do Bem Comum, da Democracia, da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, “tão necessária” num tempo em que se fala de uma nova guerra.
A proposta foi aprovada por maioria, com oito votos do PSD e do PS e a abstenção do vereador do Chega, que questionou sobre as implicações de o município não estar a pagar o valor acordado em 2009 com a Estamo.
Ricardo Gonçalves insistiu que o valor então acordado, de 16 milhões de euros, é lesivo para o município, recordando que o executivo encetou um processo de negociação com a Estamo e o Governo, que a dívida está registada nas contas do município e que este detém a posse do imóvel.
Na reunião de segunda-feira foi ainda aprovado o projeto de execução para a requalificação da praça Visconde Serra do Pilar e do Largo de Marvila, elaborado pela equipa de projetistas do município, uma obra orçada em perto de 611 mil euros.
Lusa