O Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha foi, durante uma manhã, a parada para as cerimónias militares do 19.º Aniversário da Brigada de Reação Rápida.
A agora BRR veio substituir a Brigada Aerotransportada Independente e tem em Tancos uma das suas componentes operacionais, estando as outras espalhadas pelo território, de Lamego a Tavira. E foi neste âmbito festivo que o comandante da BRR, entre agradecimentos e resumos da atividade da Brigada deixou a novidade. Quando apresentava as unidades que integram a BRR, o brigadeiro-general Felisberto Matias, referiu que “aqui em Tancos temos a unidade de apoio com a missão de apoiar o comando da Brigada de Reação Rápida, a companhia de transmissões, o núcleo de apoio de serviços ligeiros e o agrupamento sanitário. Responsabilidades que poderão ser agora ampliadas com a instalação da unidade de helicópteros de apoio, proteção e evacuação do Exército.”
Brigadeiro General Felisberto Matias, comandante BRR
A propósito desta referência, no final da cerimónia e em declarações aos jornalistas o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, quer ser como S. Tomé “ver para crer.” No entanto, disse que, a acontecer, vem repor em parte o que foi retirado em 1993, quando saiu de Tancos a Base Aérea n.º 3.
Fernando Freire que foi agraciado com a medalha D. Afonso Henriques, Mérito do Exército 1.ª classe, sublinhou que é uma homenagem ou reconhecimento a toda uma comunidade e uma instituição que ele representa. E destacou o trabalho de colaboração que sempre existiu entre Exército e a autarquia.
Fernando Freire, presidente CM Vila Nova Barquinha
O comandante da Brigada de Reação Rápida, no seu discurso, destacou a importância desta unidade militar no seio do exército numa altura de grandes interrogações sobre a paz no mundo. O brigadeiro-general Felisberto Matias vincou a celebração deste aniversário da unidade que é “herdeira das tradições da Brigada Aerotransportada Independente e destacou a cerimónia pública e aberta à sociedade civil.”
Na explicação do que é a missão e o trabalho dos militares da BRR sublinhou a presença em missões no exterior, nomeadamente na República Centro Africana e na Romédia, tendo ainda informado que ainda este ano voltam a este país europeu noutra missão coordenada pela Nato.
A BRR tem um elevado estado de prontidão como força rápida terrestre ao serviço da ONU, Nato e União Europeia.
Felisberto Matias notou depois as ações de formação, treinos e as cooperações bilaterais aeroterrestres com Alemanha e Bélgica. E não esqueceu o apoio às populações em caso de necessidade, nomeadamente na linha do apoio militar de emergência do exército.
A BRR é a “força ligeira de elevada prontidão” do Exército Português.
Brigadeiro General Felisberto Matias, comandante BRR
O Comandante do Estado-Maior do Exército (CEME), General Mendes Ferrão saudou a BRR e os militares, e civis que integram as suas estruturas, tendo destacado, naturalmente as aptidões desta força terrestre. Não esqueceu as missões portuguesas no exterior ou a formação de militares para integrar as suas diversas componentes.
Mendes Ferrão sublinhou o estado de elevada prontidão dos militares da Brigada também no apoio à população, dando exemplo dos incêndios na Madeira.
E depois fez uma saudação ao presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, que agraciou com uma medalha de mérito do exército, pela colaboração permanente com a instituição militar.
General Mendes Ferrão, CEME
Depois da cerimónia, as forças em parada desfilaram pelo Parque Ribeirinho, em frente à tribuna e houve ainda uma largada de paraquedistas e um voo rasante de um Hércules C-130.
A manhã terminou com um almoço convívio para assinalar os 19 anos da Brigada de Reação Rápida.
A Brigada de Reação Rápida
A Brigada de Reação Rápida prepara-se para executar operações em todo o espectro das operações militares, no âmbito nacional ou internacional.
Tem como objetivos, entre outros, garantir através de forças de outros Comandos de Brigada e de Forças de Apoio Geral e de Apoio Militar de Emergência, que num teatro de operações, se assegura o empenhamento sustentado de uma força de escalão Brigada, orientado prioritariamente para situações que requeiram forças ligeiras.
Planear e executar as operações terrestres; assegurar a instrução coletiva, o treino das suas subunidades e a manutenção do respetivo material e equipamento, de acordo com os planos e programas aprovados; colaborar em ações de apoio ao desenvolvimento e bem-estar da população, conforme lhe for determinado; ou participar em projetos de cooperação técnico-militar, no âmbito da sua tipologia de força, conforme definido superiormente.
De acordo com a definição da BRR, ao abrigo dos tratados da NATO a sua força pode operar em operações aeromóveis, operações aerotransportadas, operações terrestres empregando as unidades orgânicas de manobra, apoio de combate e apoio de serviços, executar operações ofensivas, defensivas, de estabilização e tarefas de transição, executar operações conjuntas e combinadas, em condições de frio ou calor extremos, empregar meios não-letais. São apenas alguns exemplos das missões que pode desempenhar.
Atualmente a BRR depende hierarquicamente do Comando das Forças Terrestres e tem como dependentes: o Centro de Tropas de Operações Especiais (Lamego), o Regimento de Artilharia N.º 4 (Leiria), Regimento de Cavalaria N.º 3 (Estremoz), o Regimento de Comandos (Serra da Carregueira - Belas), o Regimento de Infantaria N.º 1 (Beja), o Regimento de Infantaria N.º 10 (Aveiro), o Regimento de Infantaria N.º 15 (Tomar), o Regimento de Paraquedistas (Tancos – Barquinha) e a Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida (Tancos - Barquinha).
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