Esta equipa, multi e interdisciplinar, inicia a sua intervenção com uma avaliação global dos doentes, imediatamente após a sua admissão no Serviço de Urgência, conseguindo prevenir grande parte das complicações peri-operatórias e possibilita a programação precoce da intervenção e da reabilitação futura, com rápido retorno ao nível funcional anterior.
O plano entrou em funcionamento no dia 6 de outubro, com a disponibilização diária de uma sala de orto trauma, para abordagem precoce das fraturas proximais do fémur (FPF), dispondo de 12 camas de ortogeriatria, no 8º piso da Unidade de Abrantes, sob supervisão da Medicina Interna, dedicadas ao tratamento destes doentes.
Como resultado da estratégia implementada, entre o dia 6 de outubro e 23 de novembro, foram realizadas 175 cirurgias de ortopedia no Bloco Operatório de Abrantes, das quais 130 em contexto de orto traumatologia (aguardando, no momento, para cirurgia somente dois doentes com diagnóstico de fratura proximal do fémur).
Com a continuidade deste trabalho, esta equipa está a providenciar o tratamento adequado, a todos os casos sem exceções, em menos de 48 horas.
Para dotar este serviço de ainda melhores condições de trabalho e maior capacidade de resposta, também só possível com o reforço de recursos humanos que o serviço de ortopedia teve nos últimos dois meses, o Conselho de Administração tem prevista a aquisição, no início de 2022, de uma nova mesa operatória de tração ortopédica.
Esta mesa possibilitará “uma maior facilidade de tração dos membros inferiores, permitindo mais flexibilidade no posicionamento do paciente e com opções de proteção contra sobrecarga e prevenção e reconhecimento de colisão controlada por sensores que ajudam a aumentar a segurança do paciente”.
Desta conjugação de condições de trabalho, recursos humanos qualificados e trabalho interdisciplinar, “em breve será uma realidade a afirmação do CHMT como uma referência, a nível nacional, na abordagem das fraturas de fragilidade”, uma patologia que se diagnostica em pacientes com idade média de 80 anos e que, em Portugal, calcula-se que conduza a uma taxa de mortalidade de cerca de 10% aos três meses e de 30% aos 12 meses, após a fratura. De realçar que menos de 50% dos doentes retornam ao seu nível de mobilidade prévio.