Cinco comunidades intermunicipais do Centro vão criar um grupo de trabalho para estudar a melhor solução para um aeroporto na região, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, informa que promoveu hoje uma reunião que juntou as congéneres das do Médio Tejo, Oeste, Beiras e Serra da Estrela e Viseu Dão Lafões, com o objetivo específico "de encontrar uma lógica de consonância sobre a necessidade e pertinência de um aeroporto na Região Centro".
"Durante a reunião, os representantes das diversas CIM abordaram o estado de maturidade de todas as soluções alusivas à localização e construção de infraestruturas aeroportuárias na Região Centro", refere a nota, salientando que ficou acordado criar um grupo de trabalho.
O objetivo, acrescenta, passa por "estabilizar essas mesmas soluções, para que exista uma posição uniforme e estabilizada, do ponto de vista técnico e político, que vai ser posteriormente levada a discussão com o Governo".
Os autarcas da CIM Região de Coimbra defenderam recentemente que a região Centro "tem condições para ter um aeroporto e quer ser parte da solução da localização desta infraestrutura necessária, quebrando, dessa forma, o centralismo em Portugal".
"Além de ser uma prioridade é, sobretudo, uma questão de justiça e premência", defenderam.
Há muitos anos que a região de Leiria, nomeadamente o município (PS), tem vindo a defender a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil.
Por outro lado, em 2017, Manuel Machado, enquanto recandidato à Câmara de Coimbra pelo PS, defendeu a construção de um aeroporto internacional naquela cidade, porque a hipótese de Monte Real continuava a ser adiada.
Em setembro de 2020, o presidente da CIM de Coimbra, José Carlos Alexandrino, frisou que não havia qualquer divergência entre as duas comunidades intermunicipais.
Mais recentemente, Manuel Machado, disse à agência Lusa que a Base Aérea de Monte Real (BA5), no concelho de Leiria, "muito dificilmente será disponibilizada à aviação civil", defendendo a implantação do aeroporto da região Centro a sul da cidade de Coimbra.
No entanto, já em 2018, os 13 autarcas da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo pediram uma “reunião com carater de urgência” ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro e ao Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, sobre aeródromo de Tancos, no concelho de Vila Nova da Barquinha.
A CIM do Médio Tejo tomou uma posição quanto àquela estrutura militar e referiu que o “aeródromo de Tancos é um elemento essencial para a coesão do território do Médio Tejo, Beiras e alto Alentejo”.
A CIM do Médio Tejo referia na altura que “as infraestruturas em Tancos estão a perder a sua capacidade e operacionalidade” e que “as suas pistas, a maior com 2440 metros de comprimento, necessitam, urgentemente, de obras de conservação e manutenção”.
Em 2020, os 13 autarcas da região do Médio Tejo defenderam as "mais valias únicas" da criação de um aeroporto regional em Tancos, tendo deliberado, por unanimidade, solicitar uma reunião urgente ao Ministro das Infraestruturas.
O secretário-executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), Miguel Pombeiro, disse que esta posição "pretende fazer vincar as mais valias únicas de uma estrutura aeronáutica que já existe, que tem condições únicas em termos estratégicos e geográficos e que está subaproveitada".
O responsável apontou ainda para uma "relação custo-benefício, em termos de análise de eventual investimento de, retorno único e imbatível".
A CIMT dava conta que os autarcas da região "querem obter uma definição política clara e objetiva sobre o aeródromo de Tancos, uma infraestrutura aeronáutica essencial para a região do Médio Tejo e para o interior", sobre a qual, "desde há largos anos, se tem vindo a equacionar a pertinência de aproveitamento, conjugando funções militares e civis, para criação de um aeroporto regional".
A ex-Base Aérea n.º 3 da Força Aérea está dotada de duas pistas de 2.440 metros e 1.200 metros de comprimento, respetivamente.
C/ Lusa