Os 200 trabalhadores da fábrica da Tupperware, em Montalvo, continuam com o seu futuro incerto. Receberam carta de dispensa da apresentação ao trabalho até 7 de fevereiro, que é hoje, e a Antena Livre sabe que nestes últimos 15 dias alguns tiveram reuniões com uma advogada da empresa que lhes terá apresentado valores de indemnização para a desvinculação da empresa.
Segundo uma fonte conhecedora da situação um grupo de trabalhadores foi convocado para uma deslocação à fábrica para assinar o documento que prolonga esta licença por mais dez dias. E um outro grupo deverá fazer o mesmo na próxima segunda-feira.
Mesmo com a produção parada a Tupperware garantiu o pagamento dos ordenados na totalidade.
Já sobre o mês de fevereiro não há qualquer informação, pelo que os trabalhadores deverão questionar a direção fabril sobre esta questão.
Há este sentimento de dúvida, porque os empregados não têm qualquer documento que lhes permita avançar com os pedidos de subsídio de desemprego, já que não estão despedidos.
Na última reunião do Executivo Municipal de Constância, realizada na semana passada, o presidente Sérgio Oliveira confirmou que teve conhecimento destas abordagens com apresentação de valores para indemnizações, mas disse não ter conhecimento de mais nada.
Sobre a proposta de um grupo de empresários para compra da fábrica, revelou saber que o AICEP de Nova Iorque tem tido muita dificuldade em falar com os representantes dos fundos de investimento que estão a liderar o processo de insolvência da multinacional que tem sede em Orlando, na Florida.
A fábrica da multinacional Tupperware em Portugal, a funcionar desde 1980, depende a 100% da casa-mãe norte-americana, vendida depois de em setembro ter entrado em falência, e os planos para o futuro não parece passar pela Europa, uma vez que a empresa revogou a sua licença de venda de produtos em todos os países europeus, segundo noticiou a imprensa internacional.
O pedido de insolvência da casa-mãe tem consequências diretas na unidade portuguesa e pode deixar no desemprego os 200 trabalhadores que ali são efetivos, a maioria dos quais, residente em Montalvo.