A assinatura do contrato para a construção das infraestruturas primárias da Barragem do Pisão, no Crato, distrito de Portalegre, vai ser assinado na quinta-feira, prevendo um investimento a rondar os 65 milhões de euros, foi hoje divulgado.
A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), responsável pela execução do projeto, indica, em comunicado enviado à agência Lusa, que a cerimónia de assinatura do contrato vai decorrer no Salão Nobre dos Paços do Concelho do Crato, a partir das 10:00.
De acordo com a CIMAA, a construção das infraestruturas primárias do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato (EAHFMC), também conhecido por Barragem do Pisão, foi atribuído a um consórcio ibérico.
No documento, a CIMAA recorda que no dia 08 de outubro os autarcas dos 15 concelhos que compõem o distrito de Portalegre deliberaram a aprovação, “por unanimidade”, da adjudicação da obra.
“O consórcio ibérico ‘Agrupamento FCC Construcción e Alberto Couto Alves’ foi o vencedor do concurso público internacional, sendo que a obra foi adjudicada pelo valor de 64,99 milhões de euros”, lê-se no documento.
No comunicado, a CIMAA recorda ainda que este projeto “é o mais avultado” investimento inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de “aproximadamente 141 milhões de euros” e “mais 10 milhões de euros” previstos no Orçamento do Estado.
“A sua concretização permitirá garantir de forma sustentada o abastecimento público de água, o estabelecimento de novas áreas de regadio e a produção de energia a partir de fontes renováveis, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento económico da região” e, neste contexto, tendo “um profundo impacto positivo na qualidade de vida da população”, lê-se no comunicado.
O EAHFM do Crato vai inundar uma área de 726 hectares e contará com uma altura máxima de 54 metros, tendo uma capacidade de armazenamento da albufeira de 118,2 hectómetros cúbicos.
A rede de rega vai abranger 5. 494 hectares, distribuídos por três blocos de rega: Crato (654 hectares), Alter do Chão (3.145 hectares) e Fronteira e Avis (1.695 hectares).
O projeto prevê ainda uma central fotovoltaica terrestre com 77 Megawatts-pico (MWp), numa primeira fase, e mais 51 MWp, na segunda fase, assim como uma central fotovoltaica flutuante, com 10 MWp, que deverão envolver um investimento total superior a 132 milhões de euros, verba que não está inscrita no PRR.
A central fotovoltaica terrestre, num investimento que ultrapassa os 124,6 milhões de euros, vai ser suportada por privados que estejam interessados na exploração deste setor, enquanto a central flutuante, orçada em mais de 7,6 milhões de euros, será da responsabilidade da CIMAA.
Segundo o cronograma submetido pela CIMAA à Comissão Europeia, as obras de construção da barragem estão devem estar terminadas no final de 2026.
A albufeira vai surgir numa área de 10.000 hectares, ficando submersa a aldeia de Pisão, que atualmente conta com cerca de 70 moradores e 110 casas.
Lusa