A aposta no Turismo Industrial permitirá combater a sazonalidade, alavancar estadias mais prolongadas e promover a coesão territorial, defendeu ontem o presidente do Turismo Centro de Portugal.
"O Turismo Industrial é um produto turístico fundamental para a região, uma vez que está disponível 365 dias por ano e promove a coesão territorial", disse Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, no Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento (Santarém), local onde foi constituída formalmente a rede de parceiros do Turismo Industrial da região Centro de Portugal.
Pedro Machado
O momento foi assinalado pela assinatura da Declaração de Compromisso entre a Turismo Centro de Portugal, municípios e outros parceiros, nomeadamente empresas, tendo em vista a futura Rede Portuguesa do Turismo Industrial, desenvolvida a nível nacional.
"A estruturação do produto turístico Turismo Industrial é uma receita para sermos mais atrativos e mais competitivos, mas também para podermos alavancar o crescimento de uma indústria fundamental na nossa região”, disse Pedro Machado, para quem este “é um produto turístico com características únicas” já que está disponível todo o ano.
Tal facto, sublinhou, permitirá “alavancar estadias mais prolongadas e combater a sazonalidade”, sendo ainda um produto que “promove a coesão territorial”, no sentido em que “potencia também destinos de baixa densidade” populacional.
Pedro Machado
“Portugal, e a região Centro em particular, ainda trabalha no sentido de mitigar dois dos nossos constrangimentos, a estadia média e uma forte sazonalidade, e este é um produto que permite combater quer a baixa estadia média, quer a sazonalidade”, afirmou o presidente do Turismo Centro de Portugal.
Pedro Machado salientou ainda que a ideia de se poder “construir um produto turístico que está presente o ano inteiro e que permite alavancar estadias mais prolongadas, reforça depois a relação quer com o alojamento, quer com a restauração, quer com a economia local, quer com os serviços”, entre outros.
Pedro Machado
Na ocasião, Manuel Cabral sublinhou que “o Museu Nacional Ferroviário tem por missão o estudo e a valorização do património ferroviário, mas não pretende ser apenas um museu. É um museu vivo, de experiências, que liga precisamente a indústria da ferrovia ao turismo. Queremos, cada vez mais, aproximar pessoas através do turismo, criando elementos que os possam trazer cá mais dias e mais noites". "Por isso", acrescentou, "este trabalho em rede é para todos absolutamente essencial, porque o turismo é uma pedra fundamental para a economia. A assinatura desta Declaração de Compromisso é, como o próprio nome indica, um compromisso de trabalho conjunto, de braço dado, no sentido de nos posicionarmos melhor".
Manuel Cabral
Por sua vez, Jorge Faria lembrou que "está em curso um projeto de valorização do património ferroviário do Entroncamento, numa parceria entre a Câmara Municipal do Entroncamento, o Museu Nacional Ferroviário e a CP - Comboios de Portugal. A assinatura desta Declaração de Compromisso em torno do Turismo Industrial é, por isso, para nós, muito importante e damos mais uma vez os parabéns por esta iniciativa".
Jorge Faria
Teresa Ferreira encerrou a cerimónia, depois da assinatura de todos os parceiros na iniciativa, e recordou que o Turismo Industrial é um produto turístico que está a dar os primeiros passos em Portugal. "O grupo dinamizador do novo produto turístico, que é o Turismo Industrial, junta o Turismo de Portugal, as cinco Entidades Regionais de Turismo, a Madeira e os Açores, alguns municípios e alguns parceiros privados, como é o caso da Vista Alegre e da New Hand Lab. Juntos, temos feito um enorme esforço no trabalho de estruturação de um produto turístico à escala nacional. Agora estamos em modo de celebração, pois começamos a ver os seus frutos", considerou.
Teresa Ferreira
Na Declaração de Compromisso hoje assinada é referido, entre vários pontos, o empenho das partes na implementação das boas práticas e critérios de conformidade associados aos serviços de Turismo Industrial, de acordo com um Guia de Boas Práticas, estipula-se a participação conjunta em iniciativas para a sua promoção e confirma-se que o Turismo Centro de Portugal, os parceiros e os municípios disponibilizarão informação atualizada sobre a oferta de Turismo Industrial nos respetivos ‘websites’.
Assinaram a Declaração de Compromisso os municípios de Abrantes, Cantanhede, Entroncamento, Marinha Grande, Porto de Mós, Seia, Sever do Vouga e Tomar, a par de cerca de duas dezenas de parceiros, como o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, em Tramagal (Abrantes), o Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, o Núcleo Museológico da Central Elétrica de Tomar, o Núcleo Museológico da Fundição Tomarense, o Museu e Fábrica da Vista Alegre, em ílhavo, e o Museu do Vidro, na Marinha Grande, entre outros.
Luís Filipe Dias, vereador da Câmara de Abrantes disse à Antena Livre o que é que representa este acordo para o Museu Duarte Ferreira.
Luis Filipe Dias
Os parceiros almoçaram na carruagem restaurante do Museu Nacional Ferroviário.
O Turismo Centro de Portugal é a entidade que estrutura e promove o turismo na Região Centro do país, abrangendo 100 municípios.
C/ Lusa
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