O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) afirmou hoje ser desejável que entrem quanto antes no dispositivo de combate a incêndios os três helicópteros Kamov.
"Naturalmente que esses três Kamov fazem parte do dispositivo. É desejável que entrem quanto antes no dispositivo [da ANEPC]. Não entraram por razões de natureza técnica e amanhã [terça-feira] estarão ao serviço", disse Mourato Nunes, durante a conferência de imprensa das 20:00, feita no posto de comando da Sertã, distrito de Castelo Branco.
O responsável da ANEPC deixou claro que aquilo que não foi feito no combate ao incêndio de Vila de Rei (distrito de Castelo Branco) e Mação (Santarém) não foi por força da ausência destes helicópteros, mas admitiu que estaria "mais tranquilo" se os mesmos estivessem já posicionados.
"Estaríamos mais tranquilos se tivéssemos esse posicionamento todo feito, relativamente a esses Kamov que até irão, em princípio, para outras áreas geográficas que precisam de ser devidamente municiadas de meios aéreos, para terem uma capacidade de intervenção mais atempada", sustentou.
Mourato Nunes sublinhou que os meios estarão a operar e adiantou que a responsabilidade dos meios aéreos passou para a Força Aérea Portuguesa (FAP).
"É uma responsabilidade, neste momento, das Forças Armadas a alocação e disponibilização dos meios à ANEPC. Naturalmente, só podemos utilizar os meios disponíveis e, portanto, é desejável ter todos os meios que estão previstos (…), mas estarão a partir de amanhã e serão devidamente utilizados e vêm a tempo", frisou.
O presidente da ANEPC reforçou que não considera que a ausência dos Kamov tenha prejudicado o combate aos fogos.
Vários incêndios deflagraram no distrito de Castelo Branco ao início da tarde de sábado. Dois com origem na Sertã e um em Vila de Rei assumiram maiores dimensões, tendo este último alastrado, ainda no sábado, ao concelho de Mação, distrito de Santarém.
No mais recente ‘briefing’ com os jornalistas, às 20:00 de hoje, a Proteção Civil anunciou que, depois de uma tarde de reativações e de um combate difícil, o fogo estava “em resolução” no concelho de Vila de Rei, enquanto 70% do incêndio em Mação estava também “em rescaldo”.
Trinta e nove pessoas foram assistidas no âmbito deste incêndio, das quais 15 são consideradas feridos ligeiros e uma sofreu ferimentos com gravidade. Destes 16 feridos, cinco são civis.
Depois de Portugal ter solicitado “assistência bilateral”, foram mobilizados para o combate dois aviões pesados anfíbios espanhóis.
Lusa