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Especial Sardoal: Buijnink começa a laborar em outubro

20/09/2019 às 00:00

Chama-se Buijnink, tal como o proprietário, e é filial da Buijnink International que labora a 11 anos no concelho de Odemira. A empresa, cujo administrador é holandês, adquiriu o complexo que foi da Sarplás, em Sardoal, ao BCP, já este ano e prepara os seis mil metros quadrados de construção (de uma área total de dois hectares), para começar a laborar em outubro, ou seja, daqui a pouco mais de um mês.

Leendert Cornelis Buijnink e António Nobre abriram as portas do complexo, entre obras de construção civil, eletricidade e o início dos trabalhos para a construção de uma câmara de frio. “Fomos buscar os técnicos hoje ao aeroporto que nos vão construir a câmara de frio fundamental à nossa atividade”, explicou o holandês apontando para de seguida explicar o que é que a empresa, da área florestal faz.

Estamos na região há cinco anos. Na Herdade da Coelheira, em Concavada (Abrantes). Temos um trabalho sazonal (de outubro a maio) em instalações alugadas à Altri Florestal”, começou por explicar o administrador revelando de seguida que mantém um contrato de exclusividade com esta empresa para operar em todas as suas plantações de eucaliptos.

Assim, um ano depois de a Altri cortar os eucaliptos, quando começam a crescer os novos ramos nas árvores a Buijnink entra em ação. “ Antes do desbaste vamos às matas e cortamos os ramos novos, aquilo que se chama na gíria local 'ramos ladrões' das árvores”, justificou António Nobre. De seguida Leendert explica desta forma: “Nós não limpamos os eucaliptais. Aliviamos o desbaste e retiramos matéria combustível das matas”.

E esses ramos de eucalipto vão, depois, ser transportados para a unidade fabril onde uma equipa os prepara, corta à medida das encomendas, 60, 70 ou 80 centímetros. São colocados aos molhos em baldes com dois litros de água para se alimentarem e depois fazem uma viagem de camião, de dois dias, até à Holanda. “A nossa produção é 100% para exportação”, revelou Leendert anunciando também que visa a comercialização em grandes cadeias de supermercados como o Lidl, Aldi ou a inglesa Teska. O empresário revelou que os floristas preferem a espécie (eucalipto) “cindereia” que “produzimos em Odemira. Esta unidade (de Sardoal) vai trabalhar apenas com o eucalipto comum, o da celulose”.

A Buijnink vai fazer um investimento total de 700 mil euros, com cerca de 200 mil a ser investidos no mercado local. “Estamos a comprar os materiais e a contratar serviços na região”, disse o empresário garantindo que a empresa vai ter, quando estiver em pleno, um quadro de 80 trabalhadores, grande parte de nacionalidade tailandesa, que já trabalham na Buijnink. Quando estiver a laborar em velocidade cruzeiro a unidade fabril do Sardoal deverá ter um volume de negócios de dois milhões de euros.

Sobre a escolha deste complexo, em Sardoal, António Nobre revelou que “quando vi este local a decisão foi imediata. Se fosse construído de raiz não seria tão perfeito para a nossa atividade”.

Outubro é o ponto de partida para a laboração da Buijnink que quer 4 meses depois ter a produção no máximo. E anuncia já a vontade de inovar. “Queremos aproveitar os desperdícios (folhas) que ficam aqui para criar um produto de cheiro de eucalipto.”

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