Carla Rosa tinha o sonho. Já Carla Justo tinha a ousadia. Assim se reuniram os ingredientes necessários para dar vida a um projeto que pretende ser “um laboratório de experiências” no qual “pôr as mãos na massa” vai ser a tarefa diária.
A “Queijaria da Vila” vai ser um espaço novo no concelho de Vila de Rei que, mantendo viva a tradição e as técnicas manuais, vai dar os primeiros passos na produção de queijos. Queijos frescos e curados, de leite de cabra, em que a qualidade é a chave que fará “o nosso produto diferenciar-se no mercado”, admitem as empresárias.
O investimento em equipamentos foi pouco, uma vez que a queijaria já existia: mas nunca funcionara. Foi num “dia normal de trabalho” que Carla Justo, engenheira alimentar, foi fazer uma vistoria às instalações. Na altura, o proprietário queixara-se que “era uma pena não ter ninguém que dê continuidade ao projeto, e eu entretanto falei com a minha colega, que tinha o sonho de ter uma queijaria, houve um entendimento muito bom com o proprietário e juntou-se o útil ao agradável … daí surgiu a ideia”.
A Queijaria da Vila nasceu no Cabeço das Colmeias, aldeia de Paredes, em Vila de Rei
Vão ser as duas Carlas a fabricar os queijos, pelo menos para já, com a ajuda dos saberes e dicas que foram aprendendo com familiares. A ideia inicial é, explica Carla Rosa, administrativa no CHMT, “tentar fazer a produção duas vezes por semana, porque também ainda não sabemos ainda quem vão ser os clientes”.
“Se calhar mais tarde podemos pensar em mecanizar qualquer coisa, mas sempre mantendo o tradicional porque o queijo tem outro valor, outro sabor”, acrescenta Carla Justo.
A aposta na presença em feiras e a venda direta ao público são alguns dos meios que vão ser utilizados para promover o produto e a região. Mas as ideias não param de nascer e Carla Rosa fala já na possibilidade de “fazer uns passeios pedestres em que as pessoas passassem por aqui e que venham provar o queijo, fazer aqui um lanche e aproveitar o potencial que temos na zona – como aqui o trilho das cascatas”.
E no futuro, quem sabe se não se avivarão mais tradições “com mais produtos diversificados, como manteigas ou doces” ou com outra ‘brincadeira’ que a força de vontade das duas empresárias traga à luz do dia.
Ana Rita Cristóvão