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Especial Vila de Rei: Estrela da Beira reforça produção e aponta à exportação

2/08/2019 às 00:00

Tem mais de 33 anos de existência e aponta, agora, a uma qualidade uniforme da matéria-prima com um piscar de olhos à exportação.

A Estrela da Beira é uma empresa de cariz familiar que nasceu há 33 anos em Milreu, concelho de Vila de Rei. Os fundadores foram os pais do atual administrador, Jorge Madeiras. O avô do Jorge era empresário do setor da suinicultura. Daí à continuidade do negócio foi um passo curto. Os pais, se tinham a matéria-prima, avançaram para o setor da transformação.

Jorge Madeiras explicou que a opção foi muito simples “pegar na forma tradicional de fazer os enchidos e colocá-los no mercado”.

Hoje, a Estrela da Beira, é uma marca reconhecida pela qualidade dos seus produtos, ainda feitos com as receitas tradicionais. Apostam, claramente, em todos os mercados. “Temos os nossos enchidos, presuntos, bacon, o bucho recheado ou os maranhos nas grandes superfícies, mas temos a rede comercial que coloca os nossos produtos nos pequenos supermercados, nas mercearias ou até nas associações e Instituições Particulares de Solidariedade Social”.

Jorge Madeiras revelou que a grande aposta da empresa do Milreu tem a ver com a melhoria da matéria-prima, ou seja dos animais. Nesse sentido está a investir nas duas unidades de produção. As suiniculturas [localizadas em Milreu – Vila de Rei e Alcaravela – Sardoal] sofreram modernização nos sistemas de ventilação e de alimentação dos animais: “A carne tem mais qualidade consoante as melhores condições dos suínos”, explicou o empresário.

Neste momento a Estrela da Beira ainda adquire carcaças no mercado, mas poderá estar a um pequeno passo para deixar de o fazer. “Temos 250 reprodutoras que quando estiverem todas em produção representa uma produção própria de 2 mil porcos.

Depois da produção segue-se o abate. Um dos dois serviços que a Estrela da Beira contrata externamente. “Antigamente tínhamos o matadouro, mas com as novas regras, temos um parceiro que nos garante os parâmetros de qualidade para o abate dos animais. O outro serviço que contratamos é um segmento do transporte, apesar de termos frota própria”.

Já na fábrica, no centro da aldeia de Milreu, é feita toda a transformação das carnes, desde o corte da carne, a cura e embalamento. Jorge Madeiras sustenta a qualidade do seu produto porquanto a cura dos enchidos e presuntos é feita com recurso a lume com madeira de azinho, “da forma tradicional que aprendemos com os nossos avós”.

Jorge Madeiras, explicou que sempre andou “metido no meio da produção”. Desde miúdo que andava ao pé dos avós e dos pais e que, mais recentemente, teve que se dedicar à gestão da empresa, pelo que o negócio nunca lhe foi desconhecido. Nesse sentido, quando assumiu a empresa, achou que era necessário modernizar as linhas de embalamento para melhorar a colocação dos produtos no mercado.

Já sobre os produtos que mais vende, destaca os enchidos, chouriço, paio e farinheira. Mas tem o presunto e o bacon e nunca esquece o bucho recheado e os maranhos, estes como produtos da gastronomia local.

A Estrela da Beira apresentou no ano passado um volume de negócios da ordem de 1,5 milhões de euros e conta com 22 empregados diretos. Tem subcontratações na logística, matadouro e transportes. O desafio está agora lá fora. “Já temos uma pontinha de mercadoria a ser exportada”.

O empresário de Milreu diz que é muito pouco, mas já está fora do país, o que pode ser o início de uma nova fase na empresa. Exporta para Londres e diz não ter receio com o “brexit”.

 

Jerónimo Belo Jorge

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