O rosário como caminho para a paz dá o mote a uma exposição temporária que o Santuário de Fátima acolhe, até outubro de 2024, e na qual é possível encontrar terços que ultrapassam séculos de história.
Nesta mostra podem ser encontrados terços que foram oferecidos a Nossa Senhora de Fátima pelos papas Bento XVI, Paulo VI, João Paulo II e Francisco, passando pelos que foram ofertados pelo padre Pio de Pietrelcina e pela madre Teresa de Calcutá.
Inclui ainda 150 terços oferecidos por peregrinos anónimos a Nossa Senhora de Fátima, bem como a obra “Suspensão”, que a artista plástica Joana Vasconcelos fez para o centenário das Aparições de Fátima (2017) e que apresenta um “monumental Rosário”, iluminado, em que a cruz está disposta sobre uma reprodução de “Homem de Vitrúvio”, de Leonardo da Vinci.
Intitulada “Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória – O Rosário como caminho para a paz”, esta exposição pode ser visitada no Convivium de Santo Agostinho, piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima.
“Pretendemos que o visitante olhe para Fátima e perceba qual é um dos grandes mandamentos que a Virgem Maria transmitiu aos três Pastorinhos, que é rezar o terço todos os dias para alcançar a paz”, explicou o diretor do Museu do Santuário de Fátima, que é também o coordenador da exposição.
De acordo com Marco Daniel Duarte, esta exposição tem como grande objetivo colocar o visitante sob o signo da contemplação, “meditando sobre os mistérios do rosário”.
No primeiro núcleo, mais pedagógico, todos os visitantes, mesmo os que não estão habituados à linguagem da igreja, têm a oportunidade de perceber como se reza o terço, encontrando aqui também os diferentes rosários oferecidos a Nossa Senhora de Fátima por figuras conhecidas.
Ainda neste núcleo, é possível encontrar uma obra de arte contemporânea que apresenta 150 terços oferecidos por peregrinos anónimos a Nossa Senhora de Fátima.
Trata-se de uma instalação da autoria de Ana Bonifácio, em que os 150 terços de cor branca estão dispostos numa teia de fios, simbolizando os 150 salmos que dão origem ao rosário, evocando ainda o próprio instrumento musical de cordas usado para rezar os salmos: o saltério.
No segundo núcleo é proposto aos visitantes que meditem sobre os quatro mistérios do rosário: alegria, luz, dor e glória, enquanto no terceiro núcleo está exposta a obra de Joana Vasconcelos.
“O terço ultrapassa séculos de história e era importante mostrar que arte antiga e arte contemporânea falam destes mistérios. Por isso, recorremos a obras de arte do Tesouro da Igreja, peças do maneirismo, do barroco, mas também a obras de arte contemporâneas onde estão representados artistas como Rolando Sá Nogueira, Emília Nadal, Ana Lima Netto, Ana Bonifácio, para além de Joana Vasconcelos”, apontou.
Segundo Marco Daniel Duarte, esta exposição pretende mostrar que o terço não é uma oração ultrapassada.
“Gostava muito que o visitante saísse desta exposição e conseguisse ser mais humanidade”, concluiu.
Lusa