Doze obras de arte que resultam da interpretação de outros tantos artistas sobre o conceito de “fronteira” vão estar expostas, desde sábado 22 de Setembro, no Fórum Actor Mário Viegas, do Centro Cultural Regional de Santarém.
Os trabalhos são o resultado da terceira Residência Artística de Santarém (RAS), uma iniciativa que o artista plástico João Maria Ferreira quer tornar “cada vez mais eclética”, alargando a participação a formas de expressão artística para além do desenho, da pintura e da escultura.
Este ano, a RAS contou com a participação de um ator e performer que vai estar em permanência num dos espaços do Fórum a interagir com os visitantes da exposição, que, após a inauguração, às 18:00 de sábado, pode ser vista, até 02 de outubro, durante a semana entre as 15:00 e as 19:00 e aos sábados de manhã, disse João Maria Ferreira à Lusa.
Para o mentor do projeto, as três edições já realizadas – a primeira, em 2017, tendo por tema a “loucura”, a segunda, em 2018, a “memória” e esta as “fronteiras” – permitiram “testar, ver o que funciona”, concluindo que o caminho é continuar a abrir a participação a outras formas de expressão, repetir a experiência de realização de ‘workshops’ abertos à comunidade e avançar com o convite a artistas estrangeiros.
“Queremos convidar artistas de fora de Portugal, integrar áreas artísticas diferentes, com jovens de idades e formações diferentes, promover a interação entre os de fora e os locais”, salientou.
A RAS, que decorreu na Incubadora d’Artes criada pelo município numa antiga escola primária no centro histórico de Santarém, de 10 a 15 de setembro, arrancou com um ‘brainstorm’ coletivo sobre o tema das fronteiras, escolhido por João Maria Ferreira pela sua atualidade.
“Com os muros americanos do Trump, as fronteiras que se fecham aos refugiados na Europa, as divisões de raça que os media alimentam com uma fome voraz, com os populismos e fanatismos políticos alimentados pelas funcionalidades das novas tecnologias, que despertam divisões naquilo que temos de melhor, a democracia, pensar naquilo que nos divide e que nos junta, é antes demais um exercício obrigatório em qualquer sociedade”, afirmou.
Além dos projetos individuais dos 12 participantes, provenientes de vários pontos do país (sendo que metade são da região), o mural iniciado nas edições anteriores no pátio do Fórum foi acrescentado com mais uma intervenção, ficando como registo da passagem anual da iniciativa por aquele espaço, acrescentou.