Quatro pessoas foram hoje detidas pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder na intermediação de um negócio imobiliário em Monte Gordo, Vila Real de Santo António, informou a PJ.
“No decurso desta operação, denominada Operação Triângulo, foram detidas quatro pessoas, uma delas titular de cargo político”, é referido no comunicado na PJ.
Segundo a PJ, entre os detidos, todos com idades entre os 50 e aos 70 anos, “estão ainda um trabalhador da Administração Pública e dois empresários”.
Em causa estão “factos suscetíveis de integrarem a prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder”, havendo “suspeitas de atuação ilícita de titular de cargo político, que beneficiou da colaboração de funcionários, bem como outros intervenientes, na intermediação de um negócio, de compra de imóvel, propriedade do município, na praia de Monte Gordo”, lê-se ainda no comunicado.
A presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD), foi hoje de manhã detida pela PJ “à saída de casa”, quando se dirigia para o município, segundo disse à Lusa fonte daquela autarquia do distrito de Faro.
De acordo com a PJ, foram realizadas hoje “cerca de duas dezenas de buscas, designadamente domiciliárias, em estabelecimentos e escritórios de advogados”, diligências que “tiveram lugar na região do Algarve, Lisboa, Leiria e Ourém”.
Nas buscas às residências dos suspeitos, escritórios de advogados e numa instituição bancária “foram apreendidos vários documentos, objetos, e matéria probatória que irá ser analisada”, é acrescentado no comunicado.
A operação foi desencadeada pela diretoria do Sul da Polícia Judiciária, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora.
Contou ainda com a colaboração da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Diretoria do Centro e do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária.
Os arguidos detidos serão presentes no Tribunal de Instrução Criminal de Évora para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação, é indicado no comunicado.
Lusa