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CHMT: Hospital de Abrantes reabriu Cuidados Intensivos de Cardiologia (c/áudio e fotos)

20/02/2023 às 10:12

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) reabriu na última sexta-feira, em Abrantes, a Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos (UCIC), que marcou igualmente o encerramento da fase Covid-19 que levou a uma transferência de serviços entre as várias unidades.

Com a pandemia e a decisão de ter o Hospital de Abrantes como unidade hospitalar de referência Covid-19 houve a necessidade de deslocalizar, temporariamente, serviços entre unidades hospitalares “para ter o hospital de Abrantes dedicado praticamente à covid.” Neste momento com o retomar da normalidade, processo que gradualmente começou a ser implementado em meados do ano passado faltava um único serviço voltar à normalidade que era a Cardiologia.

De acordo com Casimiro Ramos, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, esta decisão passava pela unidade de Abrantes reabrir a Unidade de Cuidados Intensivos de nível 2 – Cardíacos, que tinha sido também encerrada em 2019 por força dos constrangimentos da pandemia.

Nos últimos três anos os doentes mais críticos tinham de ser transportados para uma outra unidade, nomeadamente para o Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, para poderem ser tratados na Unidade de Cuidados Intensivos.

Casimiro Ramos revelou que os números na atividade assistencial, consultas e cirurgias, no final do ano passado foi superior que foi em 2021 e próximo de 2019. E há ainda, de acordo com o administrador, a escala de apoio à urgência que se trata de um ponto de honra. Trata-se da patologia que está em segundo lugar no número de intervenções cirúrgicas, com 9%. “Esta é uma patologia que nas idades mais avançadas, como todos aqui sabem, é bastante perigosa, grave e frequente.”

Após agradecer a todo o corpo médico, enfermagem e de auxiliares, do serviço voltou a agradecer o apoio e colaboração da Câmara Municipal de Abrantes.

Casimiro Ramos vincou depois que só se avança com projetos porque o sonho comanda a vida, mas é preciso haver projetos. E nesta fase agradeceu o empenho do corpo médico, tanto os que fazem parte do quadro como os tarefeiros contratados e que, só com este empenhamento, é possível ter seis camas nesta Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologia.

Casimiro Ramos, presidente CA CHMT

E se a abertura juntou todo o serviço na ala do piso 6 para a reabertura do serviço, durante a mesma ficou a saber-se que passado o momento estariam três doentes em urgência que poderiam ter de subir para esta unidade. Ou seja, em vez de irem para Santa Cruz, como até aqui, subiriam para o piso 6 onde vão receber toda a atenção dos profissionais de Cardiologia.

José Linder, diretor interino do serviço de Cardiologia, que poderá ocupar o cargo em definitivo já que está aberto o concurso, disse que o objetivo é ter um projeto bem definido para que possa responder a situações agudas. Mas há também um desafio para os médicos cardiologistas e que passa pela abertura de dois laboratórios de Cardiologia de Intervenção.

José Linder, diretor Cardiologia do CHMT

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, esteve presente na cerimónia onde agradeceu todo o trabalho feito pelo Conselho de Administração. O autarca destacou o regresso ou reabertura da UCIC e recordou o início do período da Covid-19, quando houve necessidade de encerrar e transferir alguns serviços da unidade de Abrantes. Na altura houve quem duvidasse que as mesmas iriam regressar, mas o facto é que, passada a pandemia, os serviços estão a voltar à normalidade.

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Aos jornalistas Casimiro Ramos voltou a repetir a importância da reabertura da UCIC. Sendo a Cardiologia uma área muito sensível tem dois focos: apoio ao doente crítico emergente em Abrantes e atividade programada ou assistência ao doente não crítico será em Torres Novas. “Isso é um ponto de honra, porque se trata da vida das pessoas no imediato. Aqui há uma janela de tempo que pode ir a quatro horas. E isso era uma grande preocupação no Médio Tejo. Felizmente a partir de outubro, com nova direção do serviço, permitiu desenvolver o projeto”, disse Casimiro Ramos. E apontou que este desafio passava pela reabertura da UCIC e depois avançar par a sala ou laboratório de Cardiologia de Intervenção.

Casimiro Ramos, presidente CA CHMT

O presidente do Conselho de Administração deixou a nota de que o serviço tem de estar preparado para dar apoio à Urgência e confirmou que naquela tarde, 17 de fevereiro, estavam para subir à UCIC três doentes.

A unidade está preparada para seis doentes que é uma capacidade adequada à região que serve porque, salientou, há um trabalho de prevenção que tem de ser feito cada vez com mais intensidade, nomeadamente no tabagismo e na obesidade.

Casimiro Ramos confirmou que a sala está preparada para ter quatro doentes, sendo que os seis, da capacidade máxima, já é uma exceção.

Casimiro Ramos, presidente CA CHMT

Segundos os dados remetidos divulgados pelo CHMT, em 2022 foram realizadas 363 cirurgias cardíacas (1,3 por dia útil), 6.986 consultas da especialidade (28 por dia útil) e 27.000 exames (MCDT - meios complementares de diagnóstico) da especialidade, dos quais 21.000 eletrocardiogramas.

A UCIC reativada na sexta-feira dispõe de seis camas e conta com o suporte de uma equipa multidisciplinar, que integra em permanência, 24 horas por dia, médicos cardiologistas, enfermeiros e assistentes operacionais.

 

 

 

 

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