A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) manifestou-se preocupada com a destruição florestal no concelho de Mação e apelou aos responsáveis políticos para que criem condições para iniciar a rearborização da região.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ANEFA, Pedro Serra Ramos, disse que os empresários do setor florestal que operam no município do distrito de Santarém “estão desesperados e desanimados”, perante a destruição da área florestal.
“O desespero que já existia após os incêndios em 2017 aumentou com estes últimos incêndios, pois o setor ainda não tinha recuperado. Neste momento, os empresários que vivem da floresta fazem contas à vida”, apontou.
No entanto, o responsável da ANEFA ressalvou que “ainda é muito cedo” para quantificar os reais impactos económicos no setor, numa altura em que a autarquia de Mação estima que 95% do seu território esteja queimado, na sequência dos incêndios ocorridos desde 2017.
A esse propósito, Pedro Serra Ramos explicou que após dois grandes incêndios, num tão curto espaço de tempo, “a regeneração natural do território é impossível”, sendo necessário iniciar “o mais rapidamente possível um processo de rearborização artificial”.
“A mensagem que quero deixar é que os responsáveis políticos deixem de esgrimir espadas e se concentrem em salvar a floresta. Ou iniciamos rapidamente a rearborização da região ou nos próximos anos não vamos ter matéria prima nem floresta”, alertou.
Contudo, apesar de Mação ter hoje o seu território florestal totalmente devastado, o presidente da ANEFA ressalvou o trabalho “exemplar” que o município tem feito na prevenção de incêndios.
“Mação é o concelho do país que criou as melhores condições para a gestão florestal. Foi o primeiro município a criar um cadastro. Nesse aspeto é um município exemplar”, atestou.
A ANEFA manifestou ainda disponibilidade para apoiar todo o processo de rearborização e combater o eventual aproveitamento de venda de madeira queimada.
Vários incêndios deflagraram no distrito de Castelo Branco ao início da tarde de sábado. Dois com origem na Sertã e um em Vila de Rei assumiram maiores dimensões, tendo este último alastrado, ainda no sábado, ao concelho de Mação, distrito de Santarém, e ficado dominado na terça-feira.
Lusa