As duas frentes do incêndio que deflagrou no sábado em Vila Rei estão dominadas em 90% e os restantes 10% “estão a arder e a carecer de muita atenção”, de acordo com a proteção civil.
“[O fogo] tem um perímetro ativo de 10%, com chama. Foi feito um esforço durante a noite por parte de todos os efetivos no teatro de operações. Todo o efetivo está concentrado”, avançou o comandante do Agrupamento Distrital do Centro Norte, Pedro Nunes, no primeiro ponto de situação hoje de manhã.
Na conferência de imprensa das 08:00, Pedro Nunes afirmou que neste momento o fogo “desenvolve-se de forma branda” e “não há casas em risco”, mas existe um “plano B” caso se registe de novo uma situação como a ocorrida no domingo à tarde com a direção e a intensidade do vento.
Prevendo “um dia difícil”, o comandante afirmou que, durante a manhã vai ser feito um esforço para “maximizar o tempo para percorrer a maior quantidade de território possível com máquinas de rasto para tapar as linhas de fogo”.
Assim, ao longo do dia, o combate vai ter “dois tempos”, o da manhã, com vento de leste fraco e a preocupação colocada no “flanco direito” das duas frentes de fogo, uma no concelho de Vila de Rei e outra no de Mação.
Para a tarde, a previsão de rajadas 35 de quilómetros/hora, de noroeste, colocará a atenção no flanco esquerdo, em particular nas localidades de Chaveira, Chaveirinha e Casais de São Bento (Mação) e Vergão (Proença a Nova), onde vão ser posicionados meios da GNR e da Segurança Social, para o caso de vir a ser necessário proceder à sua evacuação.
O efetivo no terreno “vai-se manter todo”, com os operacionais a serem todos “refrescados”, com a chegada de novos elementos, afirmou, acrescentando que antes das 09:00 deverão estar reunidas as condições para a atuação dos meios aéreos, impedidos de sobrevoar a zona ao início da manhã devido ao fumo intenso.
Pedro Nunes afirmou que durante a manhã chegarão ao terreno quatro pelotões das Forças Armadas para operações de rescaldo, estando, desde domingo, quatro máquinas de rasto do Exército nas frentes de Vila de Rei e de Mação, a trabalhar nas zonas que já não têm fogo ativo, para criar aceiros visando diminuir as possibilidades de reacendimentos.
O comandante adiantou que ao todo houve 21 pessoas assistidas e 10 feridos, na sua maioria ligeiros.
Além do comando principal, que se mantém no pavilhão desportivo municipal na Sertã, foram instalados dois postos de comando de operações, um no centro geodésico de Vila de Rei e outro junto à secção dos bombeiros de Mação em Cardigos.
Questionado sobre o número de casas afetadas, Pedro Nunes afirmou que o levantamento será feito durante a manhã de hoje pelos serviços municipais, não tendo a Segurança Social, até ao momento, registo de pessoas desalojadas.
Vários incêndios deflagraram no distrito de Castelo Branco ao início da tarde de sábado. Dois com origem na Sertã e um em Vila de Rei assumiram maiores dimensões, tendo este último alastrado, ainda no sábado, ao concelho de Mação, distrito de Santarém.
O incêndio de Vila de Rei e Mação é o único que continua por controlar e tem mobilizado várias centenas de operacionais e de meios de combate.
Um civil ficou ferido com gravidade neste incêndio e está internado no hospital de São José, em Lisboa. Há ainda nove feridos ligeiros e mais de duas dezenas de pessoas foram assistidas no terreno pelas equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
As chamas também já atingiram habitações, num número ainda não quantificado pelas autoridades, depois de durante a tarde de domingo as chamas terem ameaçado dezenas de aldeias, segundo autarcas.
LUSA