Teve lugar em Santa Margarida, esta quinta-feira, 12 de maio, o último dia do exercício militar, Orion 22 com fogos reais. Este exercício contou com a presença de mais de 2200 militares e 346 viaturas oriundos de quatro países da NATO. Participaram nas movimentações militares do Exército português, da Força Aérea Portuguesa, de Espanha da Brigada Extremadura XI, de França do 126.º Regimento de Infantaria e da 9.ª Brigada de Infantaria de Marinha e da Roménia o 22.º Batalhão de Infantaria e da Infantaria de Marinha.
O Orion é um exercício anual conduzido pelo Exército Português e tem epicentro no Campo Militar de Santa Margarida, no concelho de Constância.
“Este é um exercício de artigo 5.º da NATO, de alta intensidade, que executou um conjunto de operações em cenário fictício dentro dos cenários possíveis de intervenção, com ações de planeamento, coordenação, execução, e interoperabilidade tática de envolvimento internacional”, vincou o diretor do exercício Orion 22, Brigadeiro-General Nuno Farinha, à Lusa.
Os objetivos deste exercício são maioritariamente de “treinar a interoperabilidade entre militares de vários países em operações táticas ofensivas, defensivas, e em operações de retardamento e de reconhecimento, no âmbito do planeamento, coordenação e execução”.
Este último dia caracterizou-se pela execução de fogos reais que tinha como finalidade a sincronização de fogo, o movimento de manobra tática das forças terrestres, num exercício onde as forças militares portugueses treinaram em conjunto com militares de outros países da NATO como foi o caso de Espanha, França e Roménia.
O Orion 22 “cumpriu os objetivos a que se propunha” e permitiu treinar os militares e testar algum novo equipamento individual, assim como emprego de modo integrado de viaturas ligeiras, médias e pesadas.
Viaturas táticas ligeiras blindadas como VAMTAC ST5, viaturas blindadas de rodas PANDUR II 8x8, ou os carros de combate LEOPARD, e ainda meios aéreos de asa fixa e de asa rotativa da Força Aérea Portuguesa, foram viaturas disponibilizadas neste último dia do exercício.
“Correu bastante bem em termos de segurança e em termos do planeado, iremos elaborar o relatório e haverá aspetos a avaliar e a melhorar, como é normal”, relata o Brigadeiro-General Nuno Farinha. Espera-se assim que estes militares saiam “deste Orion com mais moral e mais preparados para qualquer ação que venham a desempenhar no âmbito do artigo 5.º da Aliança Atlântica”, termina o Brigadeiro-General.
No Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, que vincula as partes envolvidas, pode ler-se que “um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas, e, consequentemente, concordam em que, se um tal ataque armado se verificar, cada uma, no exercício do direito de legítima defesa, individual ou colectiva, reconhecido pelo artigo 51.° da Carta das Nações Unidas, prestará assistência à Parte ou Partes assim atacadas, praticando sem demora, individualmente e de acordo com as restantes Partes, a acção que considerar necessária, inclusive o emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte”.
No fim deste exercício, o Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca, dirigiu-se aos militares participantes, a quem agradeceu o “esforço para o sucesso do exercício”, tendo realçado o que foi bem executado, o que deve ser melhorado e o que constituiu inovação, e salientado ainda o “contributo do Orion 22 para o reforço da interoperabilidade e da integração de capacidades militares terrestres no seio dos países da Aliança Atlântica”.
General José Nunes da Fonseca, CEME
Os exercícios ocorrem em cenários de conflito com alta intensidade, orientados para o treino integrado e sincronizado das funções de combate.
Maria Francisca Carvalho
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