Duas dezenas de operacionais e máquinas estão hoje a recolher resíduos e detritos deixados pelos “ventos extremos” que atingiram na sexta-feira Salvaterra de Magos, da zona de Foros até à Glória, disse à Lusa o presidente da câmara.
Hélder Esménio explicou que hoje, em termos meteorológicos, “as coisas estão melhores”, pelo que foi possível desenvolver esta operação entre Foros de Salvaterra e a Glória do Ribatejo, depois da “intervenção de emergência no dia 24”.
Na véspera do dia de Natal, cerca das 15:00, um “fenómeno de ventos extremos” na zona de Foros de Salvaterra de Magos derrubou centenas de árvores, postes de média e baixa tensão e algumas chaminés, destelhou algumas habitações e danificou explorações agrícolas.
Segundo o presidente do município, no distrito de Santarém, hoje estão a ser recolhidas as chapas que “voaram cerca de sete a oito quilómetros e foram depositadas no percurso que o tornado teve”.
“Essas chapas podem ser perigosas para as pessoas se houver outra ventania que as empurre”, disse o responsável, esperando que os trabalhos de limpeza possam terminar dentro de uma semana, aproximadamente.
“A operação de limpeza deve durar pelo menos uma semana. O vereador da Proteção Civil diz duas semanas, mas tenho esperança de que não seja muito mais do que uma semana para restabelecer a normalidade, para não haver riscos de sermos surpreendidos por outra situação e haver riscos de haver estes resíduos espalhados que possam causar dano às pessoas”, salientou.
Hélder Esménio disse ainda que estão a ser “libertadas as margens das redes viárias - das árvores que foram empurradas - para libertar as faixas de circulação”, adiantando que a elétrica EDP, que logo no dia fez uma intervenção, está a “recolocar a rede do solo, postos de iluminação e a sustentação de redes”.
O autarca frisou também os contactos mantidos com a Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) de Lisboa e Vale do Tejo, que colocou na sua página um ‘link’ para que os cidadãos com bens atingidos pelo tornado possam comunicar os prejuízos, adiantando ter conhecimento de que o proprietário de uma estufa - “a mais danificada” pelo fenómeno – já fez a comunicação no portal.
“Também informei o proprietário que tinha perdido a cobertura de chapas, que andaram a voar da exploração de animais, que podia relatar os prejuízos na página”, disse, acrescentando que durante a observação dos prejuízos no próprio dia houve propriedades privadas onde não entraram e pode haver proprietários que estivessem fora na altura, não podendo contabilizar todos os prejuízos.
O autarca adiantou que a Brisa “está a agir dentro das suas instalações com a remoção de árvores” que foram atingidas, bem como com a limpeza do nó de acesso à Autoestrada 13, onde se situam as instalações da Brigada de Trânsito da GNR, junto às quais ficaram danificadas três viaturas da instituição e cinco de civis.
Hélder Esménio afirmou ainda que as “duas a três habitações que tiveram danos na cobertura foram logo intervencionadas” com recurso a trabalhadores da autarquia e outras pessoas da região.
O temporal de chuva e vento extremo terá durado entre 25 e 30 minutos.
Os ventos fortes que se fizeram sentir na sexta-feira à tarde na zona causaram danos em habitações, veículos e estufas, e derrubaram cerca de 60 árvores em terrenos agrícolas e na via pública, bem como danos em postos de eletricidade e de comunicações, segundo a Proteção Civil.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) precisou que “o fenómeno de ventos extremos” afetou em especial a localidade de Foros de Salvaterra, não existindo registo de feridos.
Segundo o município, não houve também registo de desalojados.
Lusa
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