Os municípios que integram o Sistema da Valnor estão preocupados com o aumento das tarifas de recolha e tratamento de resíduos.
A decisão da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos sobre as tarifas reguladas para o tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2023 e 2024, está a deixar os autarcas «à beira de um ataque de nervos». Nesse sentido, o presidente da Câmara de Abrantes, que é também presidente da Mesa da Assembleia Geral da Valnor, enviou para os restantes municípios um documento “que manifesta a unanimidade de todas as autarquias que estão no seio da Valnor”.
Manuel Jorge Valamatos lembrou que a Valnor “é a entidade que faz a gestão dos resíduos sólidos urbanos em alta. É, digamos, a zona de aterro e de preparação de todos os resíduos sólidos urbanos e é o Sistema que Abrantes integra”.
O referido documento, segundo o autarca, “é uma manifestação muito evidente do desagrado que todos manifestamos relativamente àquilo que são os valores que a ERSAR propõe para o ano 2023 relativamente à tonelada dos resíduos sólidos urbanos”.
Manuel Jorge Valamatos esclareceu que os valores em causa “vêm aumentar quase para o dobro” o preço da tonelada de resíduos o que “é muito acima daquilo que é o crescimento da inflação, muito acima dos 10%, o que já seria um valor muito elevado”. Contudo, os “valores apontam para subidas na ordem dos 50%, o que penaliza brutalmente o valor da tonelada e, consequentemente, faz aumentar as tarifas aos nossos cidadãos”.
Esta posição está a ser acompanhada por todos os 25 municípios que integram o Sistema da Valnor e que são Abrantes, Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo Branco, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Idanha-a-Nova, Mação, Marvão, Monforte, Nisa, Oleiros, Ponte de Sôr, Portalegre, Proença-a-Nova, Sardoal, Sertã, Sousel, Vila de Rei e Vila Velha de Rodão.
Manuel Jorge Valamatos esclareceu que “também nos outros Sistemas os municípios estão a ter esta manifestação de desagrado por verem a tonelada dos resíduos sólidos urbanos subir muito quando vai para aterro. Claro que isto vai penalizar muito os cidadãos na sua fatura da água”.
O presidente da Câmara de Abrantes confirmou que “estamos totalmente em desacordo com esta posição da ERSAR” e que “vamos tentar perceber qual é a posicionamento da ERSAR e esperar que o Governo, neste caso, que o Ministério do Ambiente também se venha a manifestar sobre estas matérias”. Referiu que a resposta do Governo será importante “numa altura em que as famílias, as empresas, no fundo, a economia, passam por situações de grande fragilidade”.