O presidente da Câmara de Ourém apresentou hoje à ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares um “caderno de encargos” para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 em Lisboa e que prevê a deslocação do Papa a Fátima.
“Entregámos um documento onde elencamos algumas intervenções que, na nossa ótica, são importantes concretizar antes da visita do Papa”, afirmou à agência Lusa o presidente do município, Luís Albuquerque.
Reconhecendo que é “um caderno de encargos muito vasto”, Luís Albuquerque salientou que Fátima tem necessidade de “intervenções para poder melhor receber as pessoas que se deslocam ao santuário”.
O autarca recordou que em 2017, por ocasião da primeira visita a Fátima do Papa Francisco ao Santuário de Fátima, “o Governo fez um protocolo de apoio com a Câmara, no valor de 950 mil euros”, o que gostaria que se repetisse.
Entre as intervenções, o presidente do município do distrito de Santarém elencou os acessos a Fátima, como as estradas de Minde e da Batalha, a avenida Irmã Lúcia de Jesus (da rotunda sul à Igreja Paroquial) e o troço da avenida Papa João XXIII entre a Autoestrada 1 e a rotunda sul.
Por outro lado, reconheceu que há trabalhos necessários “dentro da Cova da Iria, como a colocação de passeios e a melhoria das acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida”.
“Gostava que as pessoas quando chegassem ao nosso concelho, como agora sucede na estrada da Loureira, se sentissem seguras e que os últimos quilómetros fossem feitos em maior segurança e comodidade”, declarou.
Esta estrada, que liga a Leiria e é a principal via de entrada de peregrinos a pé em Fátima, foi agora objeto de requalificação.
“Falei com alguns peregrinos que utilizaram a estrada e todos agradeceram o trabalho feito. Os últimos quilómetros [da peregrinação a pé] são muito difíceis, onde todo o cuidado em relação ao piso é importante”, assinalou.
Embora não fazendo parte do “caderno de encargos”, Luís Albuquerque abordou ainda com a ministra Ana Catarina Mendes, que tem a tutela da JMJ, “a absoluta necessidade” de um novo quartel de bombeiros em Fátima e, embora a Câmara esteja disponível para colaborar na construção, esse apoio não chega.
“Vimos agora, nesta peregrinação de maio, como as estruturas de Proteção Civil estavam dispersas pela cidade (…). É importante para a Proteção Civil e para futuros eventos que Fátima tenha uma estrutura completa”, frisou.
O autarca acrescentou que referiu também a necessidade da construção da ligação do Itinerário Complementar 9 ao nó de Fátima da Autoestrada 1 e manifestou “a disponibilidade do Município de Ourém, dentro das suas competências e possibilidades, em colaborar com o Governo” na Jornada Mundial da Juventude.
Segundo Luís Albuquerque, a ministra “mostrou abertura e disponibilidade para analisar o documento”.
A JMJ é o maior evento organizado pela Igreja Católica.
O anúncio da escolha de Lisboa para receber a JMJ foi feito em 27 de janeiro de 2019, na Cidade do Panamá.
Nesse dia, na sua conta no Twitter, o Papa Francisco escreveu: “A vocês, queridos jovens, um muito obrigado por #Panama2019. Continuem a caminhar, continuem a viver a fé e a compartilhá-la. Até Lisboa em 2022”.
Inicialmente prevista para agosto de 2022, a pandemia de covid-19 determinou o adiamento da JMJ um ano, pelo que vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto de 2023.
Lisboa será o segundo país lusófono, depois do Brasil, a acolher uma Jornada Mundial da Juventude, criada em 1985 pelo Papa João Paulo II (1920-2005).
Além de Lisboa, Francisco quer deslocar-se a Fátima, onde esteve pela primeira vez em maio de 2017, por ocasião do centenário dos acontecimentos na Cova da Iria.
Lusa