A pé, de bicicleta ou de autocarro, muitos foram os peregrinos que chegaram à Cova Da Iria para finalmente cumprirem as promessas feitas a Nossa Senhora de Fátima e que estavam “em atraso” por causa da pandemia.
“Éramos para ter vindo no ano passado, mas não conseguimos, porque as restrições ainda eram muitas”, contou à agência Lusa Maria das Dores Oliveira, de Viana do Castelo, que hoje chegou a Fátima de autocarro.
A promessa, feita por motivos de saúde, ainda antes da pandemia de covid-19, tinha de ser cumprida a 13 de maio.
“Comecei há pouco tempo a trabalhar, mas consegui tirar este dia para vir. Tinha de ser hoje. Tinha de vir agradecer a Nossa Senhora, que me deu força”, disse, emocionada.
Vestidos com t-shirts com a inscrição “Unidos pela fé”, António Pereira e mais cinco amigos do Porto retomaram este ano uma “tradição” já com 22 anos.
“Há muitos anos prometi a Nossa Senhora que, enquanto pudesse vir a Fátima a pé, vinha. Desde há 22 anos que venho com estes meus amigos, só homens”, contou António Pereira à Lusa, admitindo que a amizade e o companheirismo dão uma força adicional para enfrentar o caminho.
Passados dois anos, o sentimento na chegada a Fátima foi ainda mais forte: “É uma alegria muito grande estar aqui. Grande não, enorme! É emocionante podermos agradecer a fé que nos une!”
Em frente à capelinha das aparições, mais três amigos também rezavam, com as velas acesas nas mãos, encostados às suas bicicletas.
“Durante a pandemia, só cá viemos uma vez. Hoje é um dia diferente. Sinto uma grande liberdade”, admitiu Pedro Mendes, de Leiria.
Pedro Mendes deslocou-se a Fátima para “agradecer por tudo”, até porque “este tempo de pandemia não foi nada fácil”.
“Tenho uma empresa de 500 funcionários do ramo alimentar. As coisas agora estão a normalizar, mas não foi fácil”, sublinhou.
O Santuário de Fátima recebeu na quinta-feira e hoje milhares de pessoas, na primeira grande peregrinação aniversária sem os constrangimentos provocados por dois anos de pandemia de covid-19.
Lusa