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CHMT: Plano de contingência abre nova enfermaria no Hospital de Abrantes (C/ÁUDIO)

6/12/2022 às 17:25

O ministro da saúde esteve reunido, esta terça-feira de manhã, com o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com os administradores dos maiores hospitais da região. Uma reunião em que esteve também o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Casimiro Ramos.
O encontro teve por objetivo discutir a atual situação, numa altura em que várias unidades estão sob forte pressão com afluência acima da média e longos tempos de espera, bem como fazer um balanço do plano de outono/inverno atualmente em vigor.

Recorde-se que na segunda-feira, o ministro da Saúde rejeitou um cenário de caos nas urgências hospitalares da Grande Lisboa, mas reconheceu “grandes dificuldades”, por exemplo, no Hospital da Santa Maria.

Casimiro Ramos esteve, entretanto, nas Jornadas Sociais de Abrantes, onde moderou um dos painéis, precisamente sobre saúde e segurança da população mais idosa.

À margem desta reunião o administrador do Centro Hospitalar do Médio Tejo fez um ponto de situação do Centro Hospitalar do Médio Tejo, com a nota de que o número de episódios de urgência está semelhante aos valores pré-pandemia. “Se ontem [segunda-feira, dia 6 de dezembro] tivemos, hipoteticamente, 140 episódios de urgência, em 2019 tínhamos 135”, revelou Casimiro Ramos, acrescentando que a diferença é que “agora as pessoas entram mesmo doentes, não são consideradas falsas urgências.”

E muitas vezes, adiantou, há muitos casos em que um doente entra na urgência, é-lhe diagnosticada a doença que o levou à urgência, mas são diagnosticadas outras complicações e isso leva que os doentes que entram estão a ficar nas enfermarias mais tempo. “As enfermarias estão a ter os doentes duas semanas, três semanas, o que dificulta a rotação, quando poderia ser estabilizado mais cedo.”

Casimiro Ramos deu nota de que os problemas desta região diferem de outras regiões do país porque, na área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo “Santarém e nós [CHMT] temos a população mais envelhecida, mas até ao momento temos a situação estabilizada”.

Face a uma situação que, nalguns hospitais do país é crítica o Médio Tejo não aparenta esses problemas, mas “estamos, nalguns casos no fio da navalha”, afirmou o administrador, revelando que não há falta de médicos, mas não há abundância. Ou seja, se um médico adoecer na urgência de obstetrícia cria, imediatamente, problemas.

Neste momento os doentes estão ser direcionados para enfermarias das unidades nas quais existe a especialidade da patologia diagnosticada. Por exemplo, se um doente tiver problemas do foro respiratório vai para pneumologia, para Torres Novas, para aliviar a pressão sobre o Hospital de Abrantes.

Neste sentido o Centro Hospitalar do Médio Tejo vai abrir mais uma enfermaria, por seis meses, na unidade de Abrantes, onde funciona a urgência medico-cirúrgica. A sua abertura acontecerá a 15 de dezembro, estando o processo na fase de contratação de profissionais de enfermagem e a mesma faz parte do plano de contingência do Centro Hospitalar do Médio Tejo.

No que diz respeito à urgência medico-cirúrgica a escala está preenchida, na pediatria, como no país a procura tem subido 30 a 40% daquilo que era o normal em 2019, na obstetrícia haverá mais um dia de contingência.

Sobre as doenças de infeção respiratória, Casimiro Ramos revelou que em relação à Covid-19 a “situação está estável. Nos últimos três a quatro mesmos a enfermaria tem tido 9, 10 ou 11 doentes, não passa desse número. Depois temos outros doentes Covid-19 noutras enfermarias porque chegaram com outros problemas de saúde, não era Covid.” Já no que diz respeito à Gripe A, aí sim, há um crescimento. O maior número de pessoas a afluir às urgências apresentam-se com a Gripe A, a gripe normal.

Casimiro Ramos, presidente CA Centro Hospitalar do Médio Tejo

Casimiro Ramos aproveitou para apelar aos cidadãos para terem atenção e cuidados de autoproteção, nomeadamente em relação às quedas, correntes de ar e frio, principalmente nas populações mais idosas. E também deixou a nota para os familiares estarem muito atentos aos familiares idosos para qualquer sintoma e para os levar de imediato a cuidados médicos, para não deixar avançar situações leves para situações mais graves.

De modo geral, Casimiro Ramos, revelou que até 31 de dezembro as escalas de serviço das três unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo estão feitas, sem problemas. Mas há sempre a imprevisibilidade que uma situação de doença pode provocar situações de maior complexidade porque, nalguns casos, não há falta de médicos “estamos no fio da navalha” disse o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo.

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