Agricultores do Ribatejo e Oeste voltaram a concentrar-se pelas 16:00 de hoje na Ponte da Chamusca, após uma breve arruada junto a um acesso da Autoestrada 23 (A23), sem provocar o corte da via, informou o Movimento Civil de Agricultores.
Os agricultores “acataram pacificamente a sugestão da GNR, com quem tiveram reuniões durante a manhã, no sentido de fazer uma arruada numa estrada próxima de acessos à A23, mas sem entrar na autoestrada”, explicou à Lusa Nuno Mayer, um dos agricultores que aderiu ao protesto do Movimento Civil de Agricultores, sublinhando “o bom senso e entendimento” entre os manifestantes e as força de segurança, com as quais “houve coordenação”.
Nuno Mayer assegurou à Lusa não ter havido “qualquer incentivo ao corte da autoestrada”, ainda que durante sensivelmente 40 minutos o trânsito tenha sido condicionado, com a circulação a ser controlada pelas autoridades, que não permitiram aos agricultores cortar a via ao trânsito.
Segundo o agricultor, “por sugestão da GNR foi decidido voltar à ponte da Chamusca”, no distrito de Santarém, onde o manifestantes já tinham estado concentrados durante a manhã.
“Sendo um dos principais eixos que divide o Tejo, a concentração teve a exposição e visibilidade que se pretendia”, cumprindo o objetivo de demonstrar “o descontentamento do setor, mas também a união entre os agricultores”, acrescentou.
O protesto é uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, que na quarta-feira divulgou um comunicado explicando que agricultores de diversos pontos do país se concentrariam em vários locais, reclamando o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.
“As dificuldades que o setor atravessa podem ainda ser mais agravadas com a integração das Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento”, decretada pelo Governo e que “vai acabar com a proximidade que existia, tornando ainda mais morosos os processos”.
O protesto dos agricultores do Ribatejo e Oeste vai manter-se na ponte da Chamusca pelo menos até ao final do dia de hoje, admitindo os manifestantes que se possa prolongar por tempo indeterminado.
Lusa