O reitor do Santuário de Fátima defendeu hoje a localização do futuro aeroporto internacional em Santarém, por considerar que é a solução que melhor serve os milhões de peregrinos e visitantes da Cova da Iria e da região Centro.
Carlos Cabecinhas, em declarações à agência Lusa à margem da sessão de abertura dos XI Workshops Internacionais de Turismo Religioso, que hoje começaram em Fátima, disse que “para o Santuário, a hipótese Santarém é a que mais agrada”.
Por outro lado, “preocupa-me ver que as restantes opções afastam o aeroporto da Região Centro e de Fátima”, sublinhou o reitor de um dos maiores santuários marianos do mundo, que em 2023 recebeu a visita de mais de 6,8 milhões de pessoas.
O sacerdote disse que nunca levou esta posição ao Governo, por entender que o executivo “não é o interlocutor do Santuário nesta questão”, confirmando que a mesma foi partilhada, sim com os autarcas, nomeadamente.
O reitor assegurou, ainda, que o Santuário “vai continuar a acompanhar este processo, sempre com o objetivo de defender a melhor das opções para Fátima”.
A defesa da escolha do projeto de Santarém para o futuro aeroporto internacional marcou, também, a própria sessão de abertura dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso, com o presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, a considerar que “a construção do novo aeroporto em Santarém constitui uma oportunidade de dinamização da atividade turística e económica para a região e para o país”.
Por sua vez, Anabela Freitas, vice-presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, defendeu que “seria no Centro de Portugal que a estrutura aeroportuária deveria ser construída, para servir o turismo e, também, para contribuir para a coesão territorial”.
“Que haja uma decisão de uma vez por todas. Que seja no Centro de Portugal. E há um projeto que responde a esse anseio”, acrescentou, numa referência ao projeto “Magellan 500”, que aponta para a construção do futuro aeroporto internacional na região de Santarém.
Por sua vez, Pedro Machado, presidente da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal, lembrou que “Fátima está na rede de cidades-santuários, quase todas servidas por aeroportos de proximidade”, o que não acontece com a cidade portuguesa.
Pedro Machado alertou ainda para a necessidade de “mais equilíbrio” territorial nos investimentos públicos, considerando que “o pior que se pode fazer aos grandes aglomerados urbanos é o aumento da massificação”.
O tema foi também abordado por Purificação Reis, presidente da ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima, entidade organizadora dos Workshops Internacionais, que disse ser “urgente que Portugal decida a localização do novo aeroporto” e que há “um projeto que contribui para a coesão de todo o país”, numa referência a Santarém.
Com a participação de mais de 260 compradores internacionais e fornecedores do setor do turismo, oriundos de 40 países, os Workshops têm já agendadas para esta edição perto de cinco mil pequenos encontros/reuniões entre agentes do setor.
Para Purificação Reis, “o elevado número de inscritos para as reuniões ‘B2B’ volta a comprovar o interesse crescente por este evento especializado, a que não é certamente alheio o impulso de crescimento do setor do Turismo (…) verificado a nível global.
A iniciativa visa promover uma bolsa de contactos de negócio entre os participantes, promover internacionalmente Portugal enquanto destino privilegiado de Turismo Religioso e reforçar a importância do Turismo Religioso no contexto do setor turístico mundial.
A edição deste ano tem o Paraguai como país convidado.
No sábado, os participantes rumarão à Guarda, onde descobrirão a “Herança Judaica”.
Em paralelo, decorre o Congresso Internacional de Turismo Religioso e Sustentável (CITRyS), que debaterá temas como “Traçando Novos Caminhos – A Inteligência Artificial e o Turismo” ou “Como Comunicar o Turismo?”.
Lusa
Foto: Turismo do Centro