A Reserva Natural do Paul da Gouxa, em Alpiarça, distrito de Santarém, vai ser apresentada na sexta-feira, dia em que será assinado o protocolo relativo à sua gestão, comunicou a Quinta da Atela.
A reserva natural situa-se em terrenos da Câmara Municipal de Alpiarça e da Quinta da Atela, pelo que será gerida em conjunto pelas duas entidades, disse hoje à agência Lusa João Peixinho, membro da Quinta da Atela.
Na cerimónia vão estar presentes o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, a presidente da Câmara Municipal de Alpiarça, Sónia Sanfona, a administradora da Quinta da Atela, Anabela Tereso, e a investigadora da Universidade de Évora (UÉ) Ana Mendes.
A criação desta reserva natural foi aprovada pela Assembleia Municipal de Alpiarça em fevereiro e, posteriormente, em março, a Comissão Europeia deu parecer positivo ao projeto.
"O Paul da Gouxa é um espaço de extrema importância para o meio-ambiente, que aloja diversas espécies animais, sendo, também, um importante refúgio migratório e de nidificação", declarou João Peixinho.
Destas espécies, João Peixinho destacou os abetouros, as corujas das torres, os môchos-galegos, os milhafres pretos, as águias de asa redonda, as águias calçada, os bufos-reais, os abelharucos, as raposas, as lontras, os papalvos, as doninhas, os ginetes e os saca-rabos.
"É um tesouro natural único que abriga uma turfeira baixa, um habitat extremamente raro a nível europeu e que contém a maior mancha continental de salgueiro-negral", referiu.
Esta turfeira destaca-se pela sua acumulação de carbono, que remonta a cerca de 9000 anos.
"As primeiras estimativas apontam para a presença de aproximadamente 1 milhão de toneladas de carbono armazenado, o que faz desta turfeira uma importante aliada na luta contra as alterações climáticas, daí ser de extrema importância a passagem deste espaço a reserva natural tendo em vista a sua conservação", disse.
Este projeto percorreu um longo percurso e, segundo a mesma fonte, "não há uma estimativa de todo o investimento que foi realizado ao longo dos últimos 30 anos".
Lusa