É a agência bancária mais antiga de Rossio ao Sul do Tejo e também do concelho de Abrantes. A agência vai encerrar as suas portas no dia 25 de junho.
O presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, Luís Alves, confirmou à Antena Livre que na manhã desta sexta-feira, 21 de maio, “pediram-me uma reunião e o gerente da zona de exploração desta área, informou que iam encerrar esta agência do banco Santander”.
Segundo o que foi comunicado ao presidente da Junta, esta será “uma resolução irreversível” que o deixa “triste” mas lembra que “é um banco privado e nós pouco podemos fazer quanto a isso”. “Lamentamos até porque esta é das agências mais antigas da zona de Abrantes. Salvo erro, só o Banco Nacional Ultramarino seria mais antigo do que esta agência”, relembra.
“Fomos companheiros de percurso durante 50 ou 60 anos e agora...”, lamenta o autarca. No entanto, para Luís Alves o encerramento não se deve ficar a dever a uma questão de lucros pois, como afirmou, “os lucros que o Banco Santander teve no primeiro trimestre do ano não indicavam nada disto”, portanto, “não é por causa de estarem a perder dinheiro, com certeza”.
Luís Alves não esconde a revolta e afirma mesmo que “as populações do interior têm que pensar muito bem no que querem fazer. Se querem continuar a ser o cachorro bem comportadinho ou se querem ser livres e dar um murro na mesa”.
“Mas nós temos mesmo que dar um murro na mesa porque as únicas pessoas que não se esquecem de nós são as Finanças, mesmo depois de mortos”, desabafa o presidente da Junta que adianta ainda que “perdemos escolas, perdemos Centros de Saúde, perdemos Correios... perdemos tudo e eu não sei o que é que nos resta”.
Rossio ao Sul do Tejo viu encerrar a agência do BPI em 31 de julho de 2015. Em 21 de março de 2016, encerrou a agência da Caixa Geral de Depósitos. Também os CTT viriam a encerrar o posto em 13 de abril de 2017. Agora, dia 25 de junho de 2021, é a porta da última agência bancária da freguesia que se encerra.
Para já, a União de Freguesias agendou uma reunião com a Câmara Municipal de Abrantes e, adiantou Luís Alves, “o senhor presidente [da Câmara Municipal] ficou, tal como eu fiquei, surpreendido com esta decisão”.
Em jeito de desabafo, Luís Alves volta a referir “que o povo tem de tomar o seu destino nas suas mãos e tem que dizer aos senhores de Lisboa e às pessoas que resolvem que nós somos gente. Decidem e... nós somos o cachorro que vai buscar o pauzinho e dar às mãos do dono. Toda a gente faz tudo e nós só temos que cumprir. Isto é lamentável”.
A agência bancária do Santander Totta é até uma agência bastante movimentada pois, como lembrou o presidente da Junta, “o Rossio é uma região charneira de toda a zona sul para o norte, onde toda a gente passa porque têm que passar por aqui e sempre teve o negócio florescente pois é a agência mais antiga do concelho e até no distrito e sempre com bons resultados”.
“Agora resolveram pôr fim”, adianta Luís Alves, avançando que “o plano de exploração mudou, eles entendem que a digitalização é o caminho a seguir e têm que eliminar os lugares físicos do sistema”.
Quanto a alguma reação popular, Luís Alves não acredita que resulte, relembrando o que aconteceu aquando do encerramento da Caixa Geral de Depósitos: “fizemos isso mas as pessoas falam todas mas é no Facebook. Depois aparecem duas, três ou quatro”.
A reunião com a Câmara Municipal está então agendada para a semana para ver se “decidimos o próximo passo”.
Luís Alves, presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo