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Tejo: Caima reage a imagens e afirma que efluentes “não produzem impacto na fauna e flora do meio aquático”

23/02/2017 às 00:00

A Caima já reagiu, em comunicado à Antena Livre, às imagens divulgadas esta terça-feira acerca de uma descarga ocorrida no rio Tejo.

Fonte da empresa afirma que “a Caima é desde há mais de um século uma empresa de referência internacional e que cumpre escrupulosamente as suas responsabilidades, nomeadamente ambientais. A empresa capta água no Tejo para a sua laboração, devolvendo ao rio os seus efluentes devidamente tratados e cumprindo escrupulosamente o normativo em vigor.

Quanto aos efluentes lançados ao rio, a mesma fonte informa que “os efluentes são tratados na sua ETAR de acordo com as melhores práticas e não produzem qualquer impacto relevante na fauna e flora do meio aquático. A empresa faz com regularidade análises e é objeto de um escrutínio permanente por parte das autoridades competentes sem que tenha sido identificada qualquer situação de incumprimento”.

Na reação à descarga divulgada nas redes sociais, fonte da Caima refere que “situações como as veiculadas como a coloração do efluente não têm qualquer relevância para a descrição da composição química do mesmo, que é a variável que objetivamente é e deve ser considerada. Movimentos alarmistas em nada contribuem para o objetivo comum de respeito e sustentabilidade ambiental, nomeadamente de um recurso essencial como é o Tejo”.

Por parte do Município, Júlia Amorim, presidente da Câmara Municipal de Constância, revelou à Antena Livre que teve conhecimento pelo vídeo publicado no Facebook “e por alguma comunicação social que noticiou” e confirmou já ter falado com a empresa “que me transmitiu não ter havido nenhum problema, não ocorreu nada de extraordinário e a empresa laborou normalmente”.

A autarca acrescentou que a fábrica trabalha no concelho de Constância “há dezenas de anos e que aquela descarga de efluentes está ali há mais de 50 anos”. No entanto, Júlia Amorim acrescenta que “perante aquelas imagens [do vídeo], que são desagradáveis e nos tocam pela negativa, compreendo que choque as pessoas porque a mim também me chocou, naturalmente”. “De todo o modo (...), as entidades fiscalizadoras devem atuar e agir em conformidade. Em termos de Câmara Municipal, nós acompanhamos a atividade da Caima e a Caima tem licença ambiental atribuída” recentemente, frisou a autarca que adiantou ainda que fala “regularmente com a Caima (...) e com os organismos responsáveis pela fiscalização destas situações”.

Quanto ao que foi observado nas águas do Tejo na passada terça-feira, Arlindo Consolado Marques, do Movimento pelo Tejo – proTEJO, explicou que “da estrada, vi que o tubo da CAIMA estava a largar um produto bastante castanho. Fui a meio do rio, porque os caudais iam mesmo nos mínimos e deparo-me com uma cor de uma poluição igual à de Vila Velha de Rodão a entrar na água do Tejo. Exatamente igual e o mesmo cheiro”.

Referindo-se ao que já por diversas vezes observou na Celtejo, em Vila Velha de Rodão, Arlindo Consolado Marques compara as duas empresas do Grupo Altri e refere que “a CAIMA, como é um pouco mais pequena, pode não se notar tanto”.

A questão dos baixos caudais que se verificam no rio também foi referida pelo ambientalista, que afirma que “eles continuam a lançar a mesma coisa. Se houvesse muita água, tudo passava disfarçado. Agora não. Os caudais são mínimos”. 

(Créditos fotográficos: Arlindo Consolado Marques)

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