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Três dias de luto nacional pela morte de Mário Soares – comentários de Alves Jana e Nelson Carvalho - COM SOM

9/01/2017 às 00:00

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, receberam hoje o cortejo fúnebre do antigo chefe de Estado Mário Soares no Mosteiro dos Jerónimos, perto das 13:10.

Antes da abertura da câmara ardente ao público, as duas mais altas figuras do Estado acompanharam a chegada da urna ao Mosteiro dos Jerónimos, num momento reservado à família, a quem apresentaram os seus pêsames.

No local esteve também a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, a representar o Governo, em substituição do primeiro-ministro, António Costa, que se encontra na Índia em visita de Estado.

Coberta pela bandeira nacional, a urna com o corpo de Mário Soares chegou ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, transportada num armão da Guarda Nacional Republicana (GNR), uma carruagem militar puxada por quatro cavalos.

À chegada aos Jerónimos, sete minutos depois das 13:00, o cortejo fúnebre foi recebido por palmas por parte de algumas centenas de pessoas presentes na Praça do Império, e ouviram-se gritos de "Soares é fixe", o 'slogan' da campanha presidencial de Mário Soares de 1986.

Na Praça do Império, uma guarda de honra da Guarda Nacional Republicana (GNR), com estandarte nacional e banda de música, constituída por 131 militares, aguardaram a chegada da urna.

Após receber honras militares, a urna foi transportada ao ombro por seis militares da GNR e deu entrada no Mosteiro dos Jerónimos ao som da marcha fúnebre, seguida por familiares e amigos do antigo Presidente da República e pelas entidades oficiais.

No mosteiro, foi levada para a Sala dos Azulejos. Junto à cabeceira, foram colocados um busto da República e as insígnias de Grande-colar da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito e de Colar da Ordem da Liberdade.

Aos pés da urna, foram depositadas coroas de flores em nome do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro.

Um de cada vez, Marcelo Rebelo de Sousa, Ferro Rodrigues e Maria Manuel Leitão Marques ajeitaram as coroas de flores e apresentaram pêsames à família de Mário Soares, retirando-se em seguida.

Pouco depois, entraram na Sala dos Azulejos o histórico socialista Manuel Alegre, o presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, e o deputado do PS Miranda Calha, que já estavam à entrada do mosteiro quando o cortejo fúnebre chegou, e também a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu.

Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos até à meia-noite de hoje, e entre as 08:00 e as 11:00 de terça-feira.

O funeral realiza-se pelas 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Nascido em 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

Lusa

Crédito: DANIEL ROCHA

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